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A áfrica...
Por Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
18/02/2006 | 09:20
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“A África é preta como a minha pele, é vermelha como a terra, é branca como a luz do meio-dia, é azul como a sombra da noite, é amarela como o grande rio, é verde como a folha da palmeira. A África, meu pequeno Chaka, tem todas as cores da vida”. É assim que Vovô Dembo começa a contar ao netinho Chaka as histórias daquela pequena aldeia onde nasceu, assunto do livro A África, Meu Pequeno Chaka... (Companhia das Letrinhas, 48 págs., formato 21cm x 27cm, R$ 26 em média). O texto é de Marie Sellier (tradução de Rosa Freire d‘Aguiar) e as ilustrações, de Marion Lesage. Foi publicado originalmente na França, em 2000.

Textos e ilustrações formam um conjunto poético que esbanja bons sentimentos. Embora classificado como infantil e infanto-juvenil, deve deixar muito barbado por aí emocionado. É uma bela história da relação entre o avô e o neto.

Vovô Dembo transmite conhecimentos ao neto por meio da oralidade. O vovô conta sua história e a do continente mais antigo e mais pobre do mundo. E ele é um contador de histórias de mão cheia, figura importante de um local sem escolas, sem livros.

Dembo, ao se relacionar com o neto, mantém vivas e dá continuidade às suas tradições. Ele aborda questões relativas à pobreza, mas não esquece do amor. Fala da aldeia (“argila e palha!, uns vinte casebres, não mais”), dos alimentos, da pescaria no rio, dos espíritos. Isso, sempre em tom afetuoso.

Vovô Dembo é um verdadeiro mantenedor das tradições, as quais, ao serem transmitidas ao neto, continuam vivas. Na visão de Chaka, o vovô é alto como um baobá, árvore que alcança 20m de altura, e mais sábio que os marabus, sacerdotes venerados pela religião muçulmana.

Acompanhando o texto, sensíveis ilustrações e ainda reproduções de obras de origem africana pertencentes a um museu parisiense. Em dez minutos se lê, mas o sentimento transmitido é difícil de medir.

Espaço é semanal

O Diário apresenta um espaço dedicado à divulgação do assunto literatura infanto-juvenil. O tema será tratado aos sábados sob a forma de comentários, críticas, reportagens e entrevistas. O critério para a publicação é, evidentemente, jornalístico. Uma das intenções é oferecer subsídios que possam ajudar, em termos de conteúdo e preço, o consumidor adulto a sugerir ou escolher alguns entre os incontáveis títulos disponíveis no mercado para o público infantil (crianças na faixa etária de 2 a 10 anos) e juvenil (adolescentes de 11 a 15 anos). Vale ressaltar que a opinião de crianças e adolescentes deve, sempre, ser respeitada. Essas categorias obedecem a critérios educacionais estabelecidos por reconhecidas organizações internacionais e, mesmo dentro de cada uma, ocorrem variações. Por exemplo, as diferenças de planejamento gráfico e de linguagem entre uma obra para crianças de 2 a 4 anos e outra, mas para crianças de 5 a 10. Sugestões são sempre bem-vindas, por telefone, carta ou e-mail.




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