Economia Titulo Varejo
Grande ABC tem o 5º maior comércio paulista

Faturamento do segmento é de R$ 28,9 bi;
montante é cinco vezes varejo de Rondônia

Vinícius Claro
Especial para o Diário
01/11/2016 | 07:30
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Divulgação


O Grande ABC tem o quinto maior comércio varejista do Estado de São Paulo, em comparação a outras 15 regiões. Em 2014, o setor faturou R$ 28,9 bilhões, atrás apenas da Capital, de Campinas, Osasco e Ribeirão Preto, respectivamente.

Em outra comparação, se o Grande ABC fosse um Estado, estaria na frente de 14 unidades federativas, como Maranhão (R$ 26,5 bilhões), Mato Grosso do Sul (R$ 26,4 bilhões), Rio Grande do Norte (R$ 22,2 bilhões) e Pará (R$ 21,7 bilhões), por exemplo. O montante equivale a cinco vezes o total faturado pelo Estado de Rondônia.

Os dados da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) foram cedidos com exclusividade ao Diário. As informações têm base na Pesquisa Anual do Comércio, de 2014, a mais recente para o setor, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o assessor econômico da FecomercioSP Guilherme Dietze, a pesquisa tem caráter estrutural, servindo para mostrar a capacidade que o Grande ABC possui quando o assunto é comércio varejista. “Ilustra exatamente o potencial muito grande que a região tem, com muita renda em circulação. Isso mostra para os investidores que é um local atrativo.”

Para o economista, o momento da economia nacional pode beneficiar as sete cidades no futuro. Com o início de ciclo de queda na taxa de juros haverá retomada na compra de produtos de alto valor agregado, como automóveis, carro-chefe da região.

O total de rendimentos do Grande ABC somou R$ 2,5 bilhões e garantiu a quarta posição no ranking paulista. O volume é 10,8% superior à média do Estado.

De acordo com Dietze, os faturamentos de 2015 e 2016 devem apresentar quedas, já que foi o período em que as demissões aumentaram vertiginosamente. “A gente pode projetar dessa forma, porque a conjuntura nos mostra retração na região. Apesar de faltarem dois meses para 2016 acabar, não deve mudar nada frente aos outros anos. Só em 2017 poderemos ver uma retomada.”


Remuneração média do ramo na região supera as estaduais

A remuneração média dos trabalhadores do comércio varejista do Grande ABC é maior que a média de todos os Estados brasileiros.

Uma pessoa que trabalhe em empreendimento do setor ganha, em média, R$ 1.527,29. O salário é 26,6% maior do que a média nacional, de R$ 1.206,70.

O Estado de São Paulo, que lidera o ranking entre as 27 unidades federativas, proporciona rendimento médio de R$ 1.508,16.

Para Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, um dos fatores que contribuem para essa receita maior é a alta qualificação da mão de obra local. “Como há uma indústria automobilística muito forte na região, exige-se maior qualificação profissional e, consequentemente, os oferece salários mais elevados. Isso acaba puxando a remuneração média paga.”

O varejo do Grande ABC era responsável, em 2014, por empregar 134,6 mil pessoas – volume superior ao total de 13 Estados brasileiros.

Para se ter ideia da magnitude, o número de trabalhadores do segmento é superior à população estimada em julho de 2016 em Ribeirão Pires, de 119,6 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

DESEMBOLSO POR PESSOA - O gasto médio anual por habitante das sete cidades é de R$ 10,6 mil. Comparativamente a outras regiões consideradas para o levantamento, e que movimentaram mais no comércio varejista, a quantia, no entanto, é menor – mas o número de municípios é bem maior.

A região de Osasco, composta por 19 cidades, como Carapicuíba e Barueri, tem média de R$ 14,4 mil por habitante. A de Campinas, com 30 municípios, como Piracicaba e Limeira, é de R$ 13 mil. A de Ribeirão Preto, com 71 cidades, como Franca, Sertãozinho e Barretos, é de R$ 10,7 mil.
 




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