O cantor Michael Jackson foi considerado inocente das dez acusações que pesavam sobre ele, entre elas a de abuso sexual contra um adolescente. O veredicto foi anunciado nesta segunda-feira, após 32 horas de deliberações do júri. Centenas de fãs e cerca de 1,2 mil jornalistas do mundo inteiro se aglomeravam na entrada da Corte de Santa Maria, na Califórnia, à espera do resultado do julgamento.

Jackson deixou o tribunal tão logo o veredicto foi anunciado. Acompanhado por familiares e seguranças, ele acenou rapidamente para os fãs — sem sorrir — e entrou em um carro preto, rumo ao seu rancho Neverland. O cantor não fez qualquer declaração.

O 'julgamento do século' teve início no dia 31 de janeiro. Jackson foi acusado formalmente no dia 18 de dezembro do ano passado, pela promotoria de Santa Bárbara. Segundo a acusação, ele teria abusado sexualmente de um adolescente de 13 anos entre fevereiro e março de 2003. O astro pop sempre alegou inocência e ficou em liberdade condicional durante o processo após ter pago uma fiança de US$ 3 milhões.

Ao ouvir o veredicto, o cantor não esboçou nenhuma reação. Seu único gesto foi tocar no nariz, segundo testemunhas. Nesse momento, porém, um assistente do advogado Thomas Mesereau não se conteve e comemorou no tribunal, que segundos antes estava mergulhado em um clima de tensão e silêncio.

O júri — composto por oito homens e quatro mulheres — deliberou por mais de 30 horas antes de chegar ao veredicto, e após estudar o depoimento de 140 testemunhas e o documento de 98 páginas com instruções sobre como lidar com as provas. O processo se arrastou por cerca de quatro meses e meio, e a defesa conseguiu impor sua teoria de que todo o caso se baseou em mentiras de uma família de golpistas que tentou extorquir dinheiro de seu cliente.