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Em 1º ano, Paulo Dias corre para acertar falhas de Cleuza

Ex-vereador opta por sanar problemas que levaram à queda da antecessora na Pasta da Educação

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
10/07/2016 | 07:00
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Denis Maciel 2/7/15


No dia 2 de julho de 2015, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), dava posse ao vereador Paulo Dias (PT) na Secretaria de Educação, em substituição a Cleuza Repulho (PT), gestora por seis anos e que ficou marcada por série de escândalos e questionamentos da Justiça. Passado um ano da troca, Paulo Dias deixa como marca a blindagem da Pasta, antes calcanhar de Aquiles do governo, porém ainda com problemas administrativos e também sob investigação policial – um exemplo é a citação na investigação da Polícia Civil no caso da Coaf (Cooperativa Agrícola Familiar), acusada de fraudar processos de licitação em administrações públicas.

Com Cleuza, hoje longe da cidade e dedicada à Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), o setor virou alvo de ações do Ministério Público. No mais emblemático, a ex-gestora se tornou ré em ação civil pública ajuizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ABC, acusada de desvio de recursos públicos e formação de quadrilha. Segundo promotores, ela participou de esquema que superfaturou em pelo menos R$ 4 milhões compra de tênis e mochilas a alunos da rede pública. O Ministério Público chegou até a pedir prisão preventiva dela, o que foi negado em primeiro momento. O processo tramita no Fórum de São Bernardo. Audiência ocorrerá em novembro.

Outro ponto que marcou Cleuza negativamente foi a elaboração de novo plano para distribuição de merenda para as 85 mil crianças da rede infantil, com corte parcial no fornecimento de alimentos. Em muitas escolas, o almoço deixou de ser servido, sendo substituído por frutas e lanches. O caso gerou revolta até entre os apoiadores de Marinho e Cleuza foi convocada a prestar esclarecimentos na Câmara. Justificou que a ação era de reeducação alimentar. Negou redução na distribuição de produtos.

Sob tutela de Paulo Dias, a Pasta saiu do radar crítico da oposição. Entre os pontos favoráveis o ex-vereador registrou economia na compra para o fornecimento de kits de uniformes e material escolar para este ano, justamente no comparativo com a antecessora. Com os uniformes, a economia foi de 60%, ou R$ 15,7 milhões, em relação ao lote adquirido em 2009. O modelo de licitação foi distribuído por quatro empresas e custou R$ 10,2 milhões, incluindo vestimentas para crianças matriculadas na rede, enquanto o edital formulado pela ex-secretária foi fechado em R$ 25,9 milhões. Com kit escolar, a economia foi de 71%.

Para Paulo Dias, a mudança destacada foi na humanização no departamento. “O que as pessoas me passam é mais motivação e diálogo dentro do setor para o trabalho. Eu fico muito satisfeito, porque gosto de conversar e conhecer todos. Não sou técnico e acredito que minha vinda foi mais para ajudar essa transição”, pontuou.

Na atual gestão, o governo conseguiu viabilizar a entrega do CEU (Centro Educacional Unificado) do Jardim Silvina. Destravou o projeto para construção de duas creches no bairro Ferrazópolis, que ficaram abandonadas em 2014 após a saída da Impacto Gouveia, responsável pelos serviços. O petista garantiu retorno para distribuição das merendas nas escolas assim que assumiu.

Contudo, há ainda críticas na Educação e que são direcionadas a Paulo Dias. A principal é o atraso na distribuição de uniformes, que ainda não ocorreu. “O atraso aconteceu por causa de uma das empresas. Estamos para solucionar.”

Com a Coaf, que é investigada pelo MP nos desvios de verba destinados à compra da merenda escolar, segundo o MP São Bernardo foi o município que mais repassou dinheiro à cooperativa para a compra de merenda – R$ 4 milhões. Houve busca e apreensão no setor. “Estamos à disposição para investigação. Os contratos estão sendo analisados”, disse o titular da Educação. 




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