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Debate do Diário lota auditório
Por Kléber Werneck
Do Diário do Grande ABC
30/08/2005 | 08:22
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Quem estava em dúvida sobre o tema e compareceu nesta segunda-feira ao debate "Desarmamento: Qual é a sua opinião?", em São Caetano, certamente deixou o evento propenso a se posicionar contrário a medida que proíbe o comércio de armas no país. A desenvoltura do deputado federal Luiz Antônio Fleury Filho (PTB), da bancada da bala, contrastou com a insegurança e o nervosismo do colega Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), que opinou em favor da medida, no evento do Diário em parceria com o Imes (Universidade de São Caetano), que aconteceu no campus 2 da instituição.

A discussão e a polêmica em torno do tema despertaram grande interesse entre universitários e outros convidados. O auditório da universidade ficou lotado e algumas pessoas tiveram que se acomodar nos corredores. Do lado de fora, um telão também exibiu o encontro para os jovens que não conseguiram lugar.

Além dos dois protagonistas, participaram da mesa a jornalista Paula Fontenelle, diretora de redação do Diário e mediadora do evento, e o anfitrião da noite, o reitor do Imes, Laercio Baptista da Silva. As gentilezas entre Fleury e Greenhalgh se limitaram ao boa noite.

Primeiro os deputados tiveram 15 minutos para expor seus pontos de vista. Logo no início, Fleury tentou desqualificar a importância do referendo. O ex-governador criticou o investimento que será feito e disse que a violência não diminuirá mesmo que o desarmamento vença. "Serão R$ 300 milhões para responder esta pergunta, que não vai influenciar em nada", afirmou.

Greenhalgh rebateu lembrando que pela primeira vez a população será consultada para tomada de uma decisão, como prevê a Constituição. Ele também contestou o valor de R$ 300 milhões declarados por Fleury, alegando, sem muita certeza, que serão R$ 100 milhões. "Pela primeira vez poderemos nos manifestar, será um voto consciente", disse.

Sobre a questão central, Fleury argumentou: "Eu defendo o direito do cidadão de bem de ter uma arma em casa para se defender enquanto a polícia não chega". Já Greenhalgh tentou, principalmente, desmistificar o slogan do movimento oposto – de que as armas ficarão nas mãos dos bandidos com a nova medida. "Isso é um mito criado. Eu acredito no lema: "Mais armas, mais crimes, mais violência. Menos armas, menos crimes, menos violência".

Os dois lados também apresentaram números e dados estatísticos, mas sem citar as fontes de informação. Mas, foi na oratória o diferencial em favor de Fleury. As piadas, intercaladas com sátiras, desconcertaram o oponente. Em uma delas, ele rebateu uma comparação feita por Greenhalgh que a venda de armas seria mais controlada, como acontece com os remédios. "Como vai ser esta venda de armas faixa preta?", ironizou. Deboches embalados pela platéia, que apesar de dividida em relação ao tema, foi mais calorosa com o defensor do comércio de armas. A causa defendida pelo petista conta com o apoio da mídia.




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