Certamente, hoje não há em São Paulo ninguém mais feliz do que o santista. Campeão da Copa do Brasil, do Paulista e agora tri da América. A nova geração dos Meninos da Vila, comandados por Neymar, enche de orgulho o torcedor. A vitória por 2 a 1 sobre o Peñarol, ontem à noite, no Pacaembu, materializou o verso do hino que diz: campeão absoluto deste ano, tornando realidade a disputa do Mundial de Clubes, contra o Barcelona, no fim do ano.

O Pacaembu se vestiu de branco e preto. A euforia se misturava com o nervosismo, afinal, há oito anos o Peixe não disputava a Libertadores e o último título havia sido conquistado em 1963, há 48 anos.

Bastou a bola rolar para que o torcedor colocasse para o fora o grito. No primeiro tempo, a boa marcação do Peñarol impedia que a criatividade da dupla Ganso e Neymar fizesse a diferença. As melhores oportunidades eram nas bolas paradas cobradas por Elano.

A aflição dos torcedores temendo pelo pior era transmitida ao campo e os jogadores mostravam nervosismo, errando vários passes no meio de campo fazendo com que o 0 a 0, placar do primeiro jogo, no Uruguai, persistisse.

A volta do intervalo foi fulminante. Mas veloz, o Santos mostrou força de campeão. Com um minuto, Arouca arrancou pelo meio e tocou para Neymar chutar rasteiro e abrir o placar, fazendo o Pacaembu explodir em uma só voz: gol.

A vantagem permitiu ao Peixe ter tranquilidade para explorar o desespero do Peñarol. O toque de bola refinado no meio campo apareceu e o segundo gol era questão de tempo. Aos 23, Danilo avançou com a bola, limpou a marcação e chutou colocado: 2 a 0.

O jogo parecia decidido, mas o Peñarol estava disposto a estragar a festa. Aos 34, Estoyanoff cruzou rasteiro, Durval tentou cortar e fez contra.

Na base do desespero, o Peñarol foi como pôde ao ataque e o duelo ficou dramática.
Bastou o apito final para os uruguaios partirem para a pancadaria, mas nada que estragasse a festa alvinegra.