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Manifestação pró-Lula reúne 95 mil na Paulista
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
19/03/2016 | 07:00
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Manifestação contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizado ontem na Avenida Paulista, reuniu 95 mil pessoas, segundo o Datafolha. Para os organizadores do ato, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o público foi de 500 mil pessoas. Em discurso de cerca de 30 minutos, o líder petista gritou, aos militantes, que “não vai ter golpe”.

A participação do ex-presidente no protesto foi o auge da manifestação. Foi a primeira vez que o petista compareceu aos atos convocados por movimentos sociais e por partidos de esquerda contra o afastamento de Dilma. O ex-presidente chegou às 19h na Paulista, sob intenso tumulto próximo ao carro de som em que o petista iria falar, que estava estacionado em frente do Masp (Museu de Arte de São Paulo). Várias pessoas passaram mal em meio à multidão.

Lula fez críticas à radicalização da política e disse que voltou para ser o “Lulinha, paz e amor”, referindo-se à postura adotada na eleição de 2002. “Não nos tratem como inimigos, nem vejam alguém de vermelho como inimigos. Eles (contrários ao PT) andam de verde e amarelo para dizer que são mais brasileiros do que nós, mas se cortarem a veia deles vão ver que o sangue deles é vermelho como o nosso. A nossa bandeira verde e amarela está dentro da nossa consciência e do nosso coração”, discursou o ex-presidente, que também comentou sobre sua nomeação como ministro-chefe da Casa Civil – está suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal). “Vou para ajudar a companheira Dilma”, disse. “Dois anos é tempo suficiente para virar a história deste País. Se nada impedir, estarei lá (em Brasília) na terça-feira (data agendada para a transmissão de cargo).”

Militantes petistas e de movimentos de juventudes de vários lugares do Estado começaram a se reunir na Paulista por volta das 16h, quando ainda se encontravam na avenida manifestantes a favor do impeachment. Houve tensão, mas nenhum registro de confronto grave.

Os três prefeitos petistas do Grande ABC, Carlos Grana (Santo André), Luiz Marinho (São Bernardo) e Donisete Braga (Mauá), estiveram no ato e tiraram selfie com correligionários – alguns funcionários comissionados –, assim como vários vereadores da região. O prefeito da Capital, Fernando Haddad (PT), também discursou na atividade.

Manifestantes carregavam cartazes contra o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato. O magistrado foi o principal alvo de protesto dos participantes, que condenaram os grampos telefônicos contra Lula e Dilma. “Não se pode interceptar e nem vazar os áudios de quem tem foro privilegiado. Querem de qualquer forma tirar a presidente”, criticou o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador do movimento dos Direitos Humanos.

Houve manifestação em diversas cidades pelo País. Os 26 Estados e o Distrito Federal foram palco de atos pró-Dilma.

Pacaembu serviu de estacionamento para ônibus

Vários ônibus fretados levaram os manifestantes à Avenida Paulista ontem, no ato pró-Lula e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os veículos estavam estacionados na Praça Charles Muller, na frente do Pacaembu, na Zona Oeste da Capital, onde permaneceram até a noite esperando pelos participantes do ato.

A praça virou ponto de encontro de diversos militantes do PT de vários lugares do Estado, inclusive do Interior. Os ônibus contratados levavam integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de outros movimentos sociais e sindicais. “Se eu me perder aqui, vou ter de procurar a rodoviária”, comentou uma das manifestantes, que disse ser de Campinas. Ao menos dois ônibus estavam reservados para militantes do PT de Santo André. Carros da CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) circulavam pelo local.

O fretamento de ônibus para o transporte dos manifestantes não é ilegal e é comum em atos pró-PT. Por outro lado, opositores criticam que os participantes são pagos pelo partido. 




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