Na semana do GP do Japão, a Honda estendeu os tentáculos e anunciou a formação de um pequeno império na Fórmula 1. A montadora nipônica fechou a compra de 100% das ações da BAR, nova equipe de Rubens Barrichello. E, de quebra, deixou vazar a notícia de que já no ano que vem poderá controlar e manter outro time na categoria.

A Honda tinha planos de montar uma equipe própria, como a rival Toyota, desde o final da década passada. A morte do projetista Harvey Postlethwaite, que comandava o projeto, fez com que a idéia fosse abortada. Na época, a BAR estava começando sua vida na F-1. Assim, em 2000, o time recebeu aporte financeiro e técnico da fábrica japonesa. Depois de alguns anos, a Honda comprou da BAT (British American Tobacco) 45% do time. Com o aperto no cerco à propaganda tabagista em todo o mundo, a fabricante de cigarros decidiu sair das pistas. No anúncio de terça-feira, não se falou em valores para a aquisição. A Honda informou apenas que a fábrica continuará em Brackley, na Inglaterra, perto de Silverstone, e que o nome BAR deverá ser mantido, ao menos por enquanto.

Enquanto a Honda tornava pública a compra da BAR, seu atual piloto Takuma Sato dizia em outra entrevista coletiva que tinha recebido uma proposta de "uma nova equipe" para o ano que vem. Não demorou muito e a montadora confirmou que recebeu uma avalanche de críticas de consumidores japoneses por ter dispensado Taku. E que, por isso, estava negociando a formação de uma nova equipe.

A "Honda-2", ou seja lá qual for o nome da nova organização, será um time-satélite da BAR, ao que parece. Hiroshi Oshima, diretor de operações da fábrica, disse que Bernie Ecclestone já deu sua bênção à brincadeira. Faltaria apenas achar um parceiro para injetar alguma grana na forma de patrocínio. Carro não é problema: o novo time poderia usar os chassis que a BAR usa hoje. Piloto, muito menos: a dupla teria Sato e possivelmente Anthony Davidson, que há anos é piloto de testes da BAR.