Palitos de sorvete, dedos cheios de cola, pregadores coloridos, secador de cabelo, lixa de madeira e uma pequena serra elétrica servem para construir uma ponte de 1,3 metro em quatro horas. Esse é o objetivo do Concurso Travessia, que começou ontem no Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), em São Bernardo, e segue hoje com as competições finais.

Neste ano, o segundo do evento, inscreveram-se 59 equipes, compostas por alunos de graduação da FEI e estudantes do Ensino Médio de escolas da Grande São Paulo. Com 700 palitos de sorvete, cola e o que a imaginação mandar, os grupos precisam construir uma estrutura leve, mas capaz de suportar a carga de um carrinho que passa sobre ela. O ganhador de 2009 transportou cerca de 60 kg, o equivalente a um ser humano.

A equipe da Fito (Fundação Instituto Tecnológico de Osasco), com o divertido nome de ‘A ponte caiu’, trouxe até mesmo um suporte de coador de café para apoiar o pequeno secador rosa de Bruna Uemura. É com o aparelho que a menina usa para arrumar os cabelos que os estudantes fazem a cola secar mais rápido. “Mas precisa ser ar frio, se for quente a cola amolece”, explica Giovani Sandrini, 16 anos.

O aluno garante que a presença feminina no grupo faz a diferença. “Os palitos são frágeis, então precisamos da delicadeza da Bruna para montar a ponte”, elogia.

Para a equipe de Régis Barros, 20, o desafio garante experiência no mercado de trabalho. Ele estuda engenharia na FEI e aplica o que aprendeu na construção das pontes. O projeto original que montou com a equipe teve diversas alterações. “Precisamos ser flexíveis e ter a mente aberta para mudanças”, opina.

Construir pontes não é a única coisa que os alunos aprendem no concurso, segundo o coordenador do Travessia, o engenheiro Kurt Amann. Flexibilidade, capacidade de se adaptar a mudanças e trabalho em equipe também são importantes na hora de construir a estrutura. “São habilidades que o mercado de trabalho vai cobrar desses estudantes quando se tornarem profissionais”, garante Amann