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Crise na Bolívia eleva preços do GLP e do GNV
Guilherme Yoshida
Do Diário do Grande ABC
16/05/2006 | 08:47
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A crise do gás da Bolívia já provoca alta nas vendas de botijão de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) – usado em fogões de cozinha – entre 20% e 30% nas regiões Sudeste e Nordeste. A constatação é de levantamento realizado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e mostra que o consumidor brasileiro está propenso a estocar botijões em casa, com medo de desabastecimento.

As marcas Minasgás e Supergasbras identificaram um pequeno aumento no consumo de gás de cozinha, mas sustentam que o problema é outro. “A verdade é que está havendo uma confusão por parte dos consumidores. O gás que pode sofrer um aumento no imposto pago sobre ele é o natural, usado pela indústria e para os veículos automotivos, e não o liquefeito, de cozinha”, conta Roberto Rodrigues, assessor do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC).

Rodrigues acredita que o governo brasileiro foi surpreendido com as medidas adotadas pelos bolivianos e que o GNV (Gás Natural Veicular) terá um aumento de 15% a 20%, mas somente após as eleições presidenciais de outubro. “Quem vai ter que arcar com o aumento será o consumidor final. É sempre assim”, diz.

Mais barato – Até março, destaca a agência de petróleo, o GNV foi o combustível mais barato vendido no Brasil, com o metro cúbico custando cerca de R$ 1,262, bem abaixo dos preços da gasolina (R$ 2,583) e do álcool (R$ 2). O Gás Natural também é mais barato se comparado ao GLP, gás nacional que abastece quase todo o mercado e não é importado da Bolívia. “Ainda não sentimos esse reflexo do aumento. Mas existe a possibilidade da procura crescer”, avalia Robson Carneiro dos Santos, presidente do Sergas (Sindicato das Empresas Revendedoras de GLP de São Paulo e região). Segundo Santos, um botijão de gás de 13 kg custa, em média, R$ 35 e que se houver um desabastecimento do Gás Natural Veicular, a tendência é uma migração do consumo para o Liquefeito de Petróleo “Não há relação entre o gás boliviano e o dos botijões. O que pode ocorrer, no caso de uma queda no fornecimento, é que o GLP substitua o GNV”, afirma o presidente da entidade.

Segundo a ABGNV (Associação Brasileira do Gás Natural Veicular) a frota de carros movidos a gás no país chegou a 1 milhão no primeiro trimestre. Até março haviam sido realizadas 65.590 conversões para veículos a gás. Cerca da metade do gás natural usado no Brasil e mais de 70% do usado em São Paulo é oriundo do país vizinho.



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