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Ford aposta na fábrica de caminhões de S.Bernardo
Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
10/12/2010 | 07:04
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A Ford vai investir de forma "exponencial" em sua fábrica de caminhões em São Bernardo. Foi o que afirmou ontem o presidente da montadora no Brasil, Marcos de Oliveira, sem detalhar de quanto seria esse aporte. A companhia inicia em 2011 ciclo de cinco anos de investimento em que aportará o total de R$ 4,5 bilhões no País e uma das apostas será nesses veículos de carga.

A atenção com o segmento se explica, já que as vendas de caminhões da companhia registram até novembro crescimento de 35% frente a igual período de 2009, com o total de 25.832 unidades comercializadas nos 11 primeiros meses deste ano, enquanto a comercialização de automóveis e comerciais leves neste ano (300.195 unidades até novembro) teve expansão de 9,1%.

Em razão da demanda aquecida, a unidade de caminhões da região não terá férias coletivas neste fim de ano. As outras plantas fabris, de Camaçari e de Taubaté, devem interromper a atividade por duas semanas. Segundo o executivo, a parada da fábrica do Grande ABC deverá ocorrer ao longo do ano.

PERSPECTIVAS - O impulso nas vendas de caminhões, da marca Cargo, ajudará a Ford a crescer acima da média do mercado automobilístico nacional.

Oliveira prevê que a empresa fechará o ano com o total de 360 mil unidades (de automóveis, comerciais leves e caminhões) comercializados no País, cerca de 12% mais que as 320 mil de 2009. A previsão da Anfavea (Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores) é de que a indústria brasileira chegará ao fim de 2010 com resultado 8,9% maior no mercado interno frente aos números do ano passado.

O executivo mantém visão otimista para o ano que vem. Ele avalia que, mesmo após o anúncio do pacote do governo federal que restringiu o financiamento de longo prazo, o setor deve ter incremento de 5% a 6% no ano que vem. Mas reconhece que é cedo para avaliar o impacto das medidas no segmento.

Para ele, a preocupação do governo foi mais de prevenir eventual aumento de endividamento e não brecar as vendas de veículos, para conter a alta inflacionária. "O setor automotivo não é responsável pela inflação. O preço do carro ao longo dos últimos três anos cresceu abaixo da inflação", assinala.

Por sua vez, Oliveira avalia que as exportações da Ford devem acompanhar a média da indústria no ano que vem e cair em torno de 5% - essa é a previsão da Anfavea para as encomendas ao Exterior em 2011.

Um dos principais fatores para que isso ocorra, segundo o executivo, é o câmbio. Ele cita que por causa do real valorizado está cada vez mais difícil exportar carros para o México. Atualmente, a companhia vende ao mercado internacional 15% de sua produção (neste ano o volume total fabricado será de 350 mil unidades).




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