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Operário morre eletrocutado na montagem de arquibancada
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
25/02/2006 | 07:41
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O operário Adenilson Aparecido Gomes, 28 anos, morreu sexta-feira eletrocutado enquanto participava da montagem da arquibancada do Carnaval em São Caetano. A nove metros de altura, Gomes encostou em um fio de alta tensão e levou um choque de 7.620 volts.

A Polícia Civil apurou que o trabalhador não usava equipamento de segurança e que a Eletropaulo deveria ter sido acionada há 15 dias para desligar a rede elétrica local.

O caso foi considerado como homicídio culposo (sem intenção), e o engenheiro responsável pela obra, José Eduardo Nascimento, consta como averigüado no boletim de ocorrência elaborado pela delegacia sede de São Caetano.

O choque ocorreu às 5h na esquina da avenida Guido Aliberti e a rua São Paulo, no bairro Santo Antônio. “Ele ia apertar um parafuso quando encostou no fio de alta tensão. Seu corpo ficou incendiado e caiu no chão como uma bola de fogo. Ficamos todos apavorados”, afirmou um colega de Gomes, que não quis se identificar, da SC Locadora de Equipamentos, empresa responsável pela obra.

A Eletropaulo informou que a distância mínima que o trabalhador deveria manter da rede elétrica é de 151 centímetros. Testemunhas disseram que Gomes estava a cerca de 30 centímetros. “Nosso funcionário tinha equipamento de segurança. O problema é que, em cima da hora, no local, alguém da organização do Carnaval que ainda não conseguimos identificar e que deve ser ligada à Prefeitura mandou mudar o projeto de construção. No plano inicial, a construção não ficava perto da rede elétrica. Por isso não acionamos a Eletropaulo”, afirmou o dono da SC Locadora de Equipamentos, Divaldo de Souza Coutinho.

“A hora da montagem também foi antecipada de repente. Era para começar às 9h de hoje (sexta-feira), mas começou à meia-noite. Não conseguimos avisar o engenheiro a tempo”, disse Coutinho. “Além de avisar a Eletropaulo, deveriam ser colocadas borrachas protetoras nos fios e tapumes para evitar contato com a rede elétrica. Infelizmente, em obras políticas, às vezes é comum mudanças de última hora sem a devida segurança”, afirmou o engenheiro Jefferson Deodoro Teixeira da Costa, coordenador da Divisão Técnica de Segurança do Trabalho do Instituto de Engenharia.

O Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) informou que não poderia comentar o assunto sexta-feira. A Prefeitura de São Caetano, questionada sobre o que ocorreu, informou apenas, em nota, que lamenta a morte do trabalhador e que a empresa contratada apresentou toda a documentação legal necessária para a obra. A reportagem não conseguiu contatar o engenheiro responsável pela montagem.




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