O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), afirmou nesta terça-feira que o Congresso Nacional deve aprovar um reajuste salarial aos parlamentares, no entanto, menos do que 90,7%. Nesta manhã, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu o aumento automático dos vencimentos, como foi definido na semana passada, e determinou que deputados e senadores elaborem e aprovem um Decreto legislativo específico para a situação.

"Não se pode imaginar que se conceda um reajuste como esse sem consultar o Plenário", declarou. Ele disse ainda que o Congresso deverá tomar uma decisão sobre o reajuste até o fim desta semana, quando deverão ser encerradas as atividades do Plenário.

Fontana reafirmou que a posição do partido é firme contra o reajuste de 90,7%, que equipara os salários dos deputados e senadores aos dos ministros do STF. Ele propõe algumas medidas, como uma nova reunião das Mesas da Câmara e do Senado com os líderes; a votação em plenário de um projeto de Decreto Legislativo do deputado Walter Pinheiro (PT-BA), que concede reajuste para cobrir a inflação (de 26% a 28%); e a retomada do diálogo para tentar convencer os deputados favoráveis ao reajuste a voltar a atrás. "Com um projeto de Decreto Legislativo, podemos recuperar a credibilidade do Parlamento", afirmou.

Plenário – O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) considerou uma "vitória do povo brasileiro" a derrubada do reajuste. "O próximo passo é a votação do aumento em plenário [da Câmara e do Senado]", disse Fernando Gabeira, que participa de audiência pública sobre a crise no setor aéreo brasileiro, aberta nesta terça-feira. Na avaliação do deputado, os ministros do STF sentiram o peso da indignação popular com o reajuste.