O ex-prefeito de Santo André Aidan Ravin (PSB) ampliou a ofensiva ao PV na tentativa de assegurar apoio ao seu projeto de candidatura ao Paço e se reuniu nos últimos dias com dirigentes da executiva municipal verde, tendo como alvo a mudança de legenda, que nunca lançou nome próprio na história dentro da esfera municipal. Depois de ter baixo apoio socialista na eleição de 2014 – na ocasião, obteve 50.473 votos, dois anos somente após sair do Executivo - e com receio de o caso se repetir no ano que vem, o ex-chefe do Executivo busca plano B e vê com simpatia a migração para a sigla, especialmente diante do afunilamento de possibilidades partidárias.

Aidan evitou dar o tom de que pretende sair do PSB apenas para encabeçar a chapa majoritária pelo PV, embora a cúpula do partido fale abertamente sobre a iniciativa. Segundo o ex-prefeito, a proposta é por montagem de “grupo político forte antiPT” na cidade. “Ideia não é usar um partido e sim crescer juntos. Há expectativa de formar bloco maior. Queremos reforço político e também acabar com mentiras de processo que estão fazendo comigo”, disse, ao referir-se ao escândalo de corrupção no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), no qual o Ministério Público formalizou acusação contra 11 nomes, incluindo o socialista.

Por outro lado, o presidente do PV andreense, Eric Lamarca, admitiu o encontro com o ex-prefeito, considerando conversa de “início de namoro”, que passará por análise do diretório e de conselho interno. Conforme antecipado pelo Diário, para o dirigente, o diálogo se deu no sentido de integrar a ala verde e “não de fazer composição”. “Ele (Aidan) demonstrou interesse em vir para o PV em almoço que tivemos (no fim da semana passada). Particularmente, avalio que a candidatura (do ex-prefeito) pode ser sinal de maturidade política, salto de força, buscar papel de protagonismo”, alegou, frisando que haverá nova reunião entre amanhã e quinta-feira com o socialista. “Essa posição teria que sair até o encerramento de julho.”

Único representante do PV na Câmara, o vereador Donizeti Pereira, que também teve almoço, recentemente, com Aidan, analisou que a decisão, de fato, “não pode demorar”. “A conversa foi preliminar, mas da minha parte não vejo qualquer tipo de problema (na vinda para que o ex-prefeito seja o candidato). Só que não dá para ter projeto sozinho. O vice teria que sair de outro partido, por exemplo. A proposta tem de consolidar plano mais forte na disputa.”