Política Titulo Editorial
Dinheiro sem destino
Do Diário do Grande ABC
07/06/2015 | 09:12
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Aline Pietri/DGABC


O número de multas de trânsito aplicadas nas ruas do Grande ABC avança em velocidade inversa às melhorais do sistema viário da região. Enquanto motoristas sofrem com ruas esburacadas, mal sinalizadas e cada vez mais cheias de veículos, as prefeituras arrecadam muito com a fiscalização.

Reportagem deste Diário mostra que em 2014 entraram nos cofres de cinco cidades – Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não informaram os rendimentos – R$ 121.864.112,30. O valor é 43% superior a 2007, quando os sete municípios faturaram R$ 85 milhões provenientes das infrações cometidas pelos condutores.

Nos tempos atuais, é como se os 2,5 milhões de moradores das localidades que disponibilizaram os dados tivessem pago R$ 48,74 em razão de punições de trânsito. Dinheiro mal gasto, visto o transtorno que cada um de nós tem de enfrentar para realizar as suas atividades.

Todo o montante obtido com o pagamento das multas deve ser utilizado com engenharia de tráfego, sinalização, fiscalização, policiamento e educação, segundo o Código de Trânsito Brasileiro. Mas não é o que se observa.

Mobilidade Urbana, uma das bandeiras deste jornal, nem sempre é levada a sério pelos dirigentes regionais. Haja vista a tímida campanha Travessia Segura, do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que desde 2011 tenta conscientizar condutores e pedestres sobre a importância da utilização da faixa de segurança para diminuir o número de atropelamentos. Vez ou outra a iniciativa é relançada, leva artistas para as ruas e depois, como por mágica, desaparece. E tudo segue, preocupantemente, da mesma forma.

Enquanto isso, São Bernardo lidera o ranking dos que mais faturam, com R$ 38 milhões, provenientes de 438.154 infrações, seguido por Santo André, com R$ 31 milhões (412.494), e Mauá na terceira colocação, com R$ 23 milhões (269.629). Como se vê, multa-se bem, gasta-se mal. 




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