Política Titulo Indefinição
Contas de Auricchio estão na Câmara

Com cenário indefinido, Legislativo inicia análise
do parecer negativo ao exercício fiscal de 2012

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/06/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


As contas do ex-prefeito de São Caetano José Auricchio Júnior (PTB) entraram oficialmente ontem na Câmara, que iniciará processo de análise do relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado). O documento se refere ao balancete financeiro de 2012, último ano de governo do petebista, e contém parecer negativo ao exercício. Com a leitura na sessão feita pelo presidente do Legislativo, Paulo Bottura (Pros), o material será encaminhado à comissão interna de Finanças e Orçamento, presidida pelo vereador Edison Parra (PHS). O cenário político para votação do texto está indefinido, recheado de incertezas.

Mesmo com a leitura do documento, por parte de Bottura, ontem, o clima na sessão foi relativamente tranquilo, sem discussões mais acaloradas sobre o aguardado relatório ao Legislativo.

O resultado da apreciação, em plenário, pode influenciar diretamente na participação de Auricchio na eleição municipal de 2016, que ainda não se declarou candidato ao Paço. Para derrubar o parecer do tribunal, o ex-prefeito necessita de 13 votos favoráveis num universo de 19 vereadores. Caso contrário, o petebista precisará recorrer à Justiça comum. Diante da contagem a partir de hoje da tramitação das contas, conforme o regimento interno, a Casa tem prazo de 90 dias para apreciação do documento e a comissão, por sua vez, possui 30 dias para elaborar conclusão, que servirá de base para a votação no Legislativo.

Entre os apontamentos do TCE, está não atendimento à Lei de Responsabilidade Fiscal ao deixar R$ 264,5 milhões em restos a pagar, cerca de 30% do Orçamento. Apesar do panorama de instabilidade política, Bottura sinalizou que há estimativa para votação dentro do período de 30 dias. “Tenho certeza que a comissão vai trabalhar fortemente para que neste mês possam ser votadas as contas do ex-prefeito”, alegou o mandatário da Câmara. A projeção é que o parecer da comissão esteja deliberado entre os dias 16 e 23, livre para ser apreciado na Casa.

Parra ponderou que a comissão avaliará se existiu dolo, dano irreparável ou se teve desvio comprovado de recursos carimbados no Palácio da Cerâmica, na ocasião. Segundo o humanista, esses critérios são imperativos. “Veremos assim de maneira aprofundada (pelo relatório) se há descompasso entre receita e despesa”, disse, ao mencionar, por outro lado, que a votação em plenário “não é nada técnico”. “É votação política. Vai entrar toda a geopolítica que o município vive hoje, as perspectivas eleitorais, o trabalho da atual administração (Paulo Pinheiro, PMDB). Tudo isso vai ter tempero e componente na decisão.”

Integrante da comissão, o vereador Pio Mielo (PT) endossou as palavras do colega e disse que, depois da análise financeira, fará “olhar político”. “Verei como a cidade reconhece esses apontamentos”, citou, ao falar que o grupo abrirá amplo direito de defesa ao ex-prefeito e que seria imprudente antecipar posicionamento sobre o caso.  




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