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Prostitutas abandonam as ruas suecas
Do Diário do Grande ABC
05/01/1999 | 12:12
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As prostitutas abandonaram as ruas de Estocolmo e seus clientes estao seguindo para a Dinamarca, em consequência da entrada em vigor, no dia 1 de janeiro, de uma lei que proíbe ``a compra de serviços sexuais' na Suécia.

Segundo a polícia, as prostitutas eram muito poucas nos últimos dias em Malmskillnadsgatan, a rua ``candente' de Estocolmo, situada atrás da Casa da Cultura da capital sueca.

``Habitualmente, contamos entre dez e vinte prostitutas nessa rua, mas nos últimos dias vimos somente três', declarou Cathrin Westin, oficial da polícia de Estocolmo, à agência TT. A mesma situaçao pode ser constatada nos bairros de prostituiçao de Gotemburgo, Malmoe e Norrkoping, as outras grandes cidades do país, onde a polícia organizou uma vigilância através de um sistema de vídeo para controlar o respeito à nova lei, chamada de ``paz para as mulheres'.

Esta lei sobre a proteçao das mulheres estabelece penas de até seis meses de prisao para quem comprar serviços sexuais nas ruas, clubes privados ou casas de massagens. Destinada a proteger as mulheres da violência sexual, a lei nao proíbe porém a prostituiçao.

Como primeira consequência desta nova legislaçao, os clientes das prostitutas da costa oeste da Suécia atravessam o estreito de Oeresund para ir à Dinamarca, país cuja legislaçao na matéria é muito mais permissiva. As prostitutas dinamarquesas viveram nestes primeiros dias do ano um verdadeiro ``boom' de clientes suecos, segundo a agência dinamarquesa Ritzau. Em Fredrikshavn, ao norte da penínsulia de Jutland, porto situado a duas horas de barco de Gotemburgo, as prostitutas tiveram de pedir reforços a suas colegas de Aarhus, cidade situada 200 km mais ao sul.

Ante esta deserçao da clientela, as prostitutas suecas de Malmoe (Sul) pretendem também mudar-se para Copenhague, travessia marítima de apenas meia hora, para exercer sua profissao.

A polícia sueca e as assistentes sociais tinham manifestado preocupaçao com os possíveis efeitos negativos da nova lei, em particular o fato de que as prostitutas sejam obrigadas a trabalhar clandestinamente. Opositores da lei assinalaram ainda o risco de que se desenvolva a prostituiçao oculta e que aumentem os crimes sexuais.

Por sua parte, os legisladores suecos que adotaram a lei o fizeram pela proteçao à mulher e preocupados com o aumento da prostituiçao, em particular praticada por mulheres de origem estrangeira. O desmoronamento do bloco comunista levou muitas mulheres desempregadas dos países da ex-URSS a tentar ganhar a vida prostituindo-se na Suécia ou na Finlândia.




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