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União depositou verba do Museu do Trabalhador

Parada, obra recebeu R$ 3,5 milhões em fevereiro, contrariando discurso de falta de repasses de Marinho

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
20/04/2015 | 07:52
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Montagem/DGABC


O governo federal efetuou, em 2 de fevereiro, repasse de R$ 2,5 milhões à Prefeitura de São Bernardo pela última parcela do contrato de R$ 18,8 milhões para construção do Museu do Trabalho e do Trabalhador. O depósito consta no Portal da Transparência federal e contradiz declarações do prefeito Luiz Marinho (PT), que contesta congelamento de transferências financeiras para execução de obras na cidade.

Apesar de a última fatia do acordo ter caído na conta da administração de São Bernardo, a intervenção está parada pelo menos desde novembro. No local, mato alto e entulho tomam conta do canteiro onde funcionários da Construções e Incorporações CEI deveriam estar finalizando o prédio.

O Museu do Trabalho e do Trabalhador foi forma encontrada por Marinho para homenagear seu padrinho político, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O prefeito escolheu área nobre da cidade – o antigo Mercado Municipal, do Centro – para erguer empreendimento que vai enaltecer as lutas sindicais. Especialmente a época em que Lula, como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, emergiu como líder político.

A obra é envolta de polêmica. A escolha pelo Museu do Trabalho e do Trabalhador na área gerou insatisfação de moradores locais. O preço também é contestado, ainda mais depois de Marinho ter solicitado ao Ministério da Cultura aditivo financeiro de R$ 4,5 milhões para terminar o prédio.

O governo Marinho tem até o meio do ano para finalizar o projeto antes de expirar validade da assinatura com a União. Questionada sobre o fato de o repasse ter caído na conta do Paço, a administração petista não se manifestou.

LARANJA
O contrato entre a Prefeitura de São Bernardo e a Construções e Incorporações CEI é alvo de apuração até mesmo do Ministério Público Federal por suspeita de fraude na montagem do quadro societário da firma localizada na Lapa, em São Paulo.

Em setembro de 2013, o Diário mostrou que sócio da Construções e Incorporações CEI era eletricista desempregado, que morava na periferia de Diadema. Laranja, Erisson Saroa Silva possuía R$ 10,4 milhões em participações da companhia – a outra metade pertencia a Elvio José Marussi, de fato o responsável pela companhia. Quando questionado sobre a quantia que detinha na empresa, Erisson se espantou. Hoje ele não está mais na área diretiva da empresa.

Outro indício de irregularidade na obra ocorreu em julho deste ano. O TCE (Tribunal de Contas do Estado) condenou a licitação e o consequente contrato entre governo Marinho e Construções e Incorporações CEI.




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