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Calderón estende a mão aos adversários; esquerda irá protestar
Da AFP
07/07/2006 | 15:28
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O vencedor da eleição presidencial mexicana, o conservador Felipe Calderón, estendeu a mão aos adversários com o objetivo de formar um governo de união nacional, num momento em que seu rival de esquerda se organiza para protestar contra a eleição.

"Peço para todos participarem com generosidade e patriotismo de um governo de união nacional", disse o candidato da direita católica em seu primeiro discurso, depois de realizar uma campanha agressiva, sobretudo contra o PRD (Partido da Revolução Democrática, esquerda), de Andrés Manuel Lopez Obrador.

Quando entrou no governo Fox, no fim de outubro de 2005, ele havia anunciado a intenção de formar um governo de coalizão se o PNA (Partido da Ação Nacional, de Calderón) não conseguisse assegurar maioria no Congresso. Ele prometeu não cometer os mesmos erros do presidente em final de mandato Vicente Fox que, por não ter maioria na Câmara de Deputados e no Senado, terminou o mandato sem ter realizado as reformas prometidas.

"Teremos novamente um Congresso sem maioria. A mensagem que nós demos aos mexicanos é clara: trabalhem juntos, deixem de lado a política das facções, dos pequenos grupos e estejam de acordo para o bem do México", disse Felipe Calderón.

Além da formação de um governo e da constituição de uma maioria no Congresso, Felipe Calderón terá o desafio de reduzir as desigualdades entre pobres e ricos, entre o sul e o norte.

Segundo os dados do IFE (Instituto Federal Eleitoral), Felipe Calderón ganhou a eleição presidencial com ínfima margem de 236 mil votos, diante do candidato de esquerda Andrés Manuel Lopez Obrador.

O PRI (Partido Revolucionário Institucional), ex-partido hegemônico no México, e o PRD não comentaram a proposta de uma união nacional de Calderón.

O PRD e seu candidato, Obrador, não reconheceram a derrota e preparam-se para protestar contra as eleições. Eles decidiram contestar o resultado da presidência diante do Trife (Tribunal Federal Eleitoral), afirmando que eles ganharam a eleição, como anunciavam as pesquisas antes da eleição de domingo.

O partido de esquerda convidou seus adeptos para uma grande "assembléia" no sábado no centro do México, "para fazer valer o princípio da legalidade, para que a lei prevaleça sobre a parcialidade do IFE".

O chefe do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), o sub-comandante Marcos, que não participou da eleição, também estimou que a vitória do conservador Calderón é fruto "de uma fraude" orquestrada pelo governo mexicano.



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