Cerca de 30 mil pessoas participaram nesta quarta-feira em Srebenica (Bósnia) das cerimônias do 12° aniversário do massacre de oito mil muçulmanos pelas forças servo-bósnias, classificada de genocídio pela justiça internacional.

Os sobreviventes da tragédia e pessoas próximas participaram, depois de uma oração pelos mortos, da inumação dos restos mortais de 465 vítimas, com idades entre 13 e 77 anos no momento da tragédia.

Choveu durante toda a noite anterior ao dia da cerimônia, mas os parentes das vítimas não se mostraram incomodados: "esta chuva mostra nosso sofrimento. Até o céu chora por nossos mortos", declarou o prefeito de Srebenica, Abdurahman Malkic.

Massacre - Cometido em julho de 1995 durante a guerra na Bósnia (1992-1995), este massacre é considerado o mais terrível na Europa desde a II Guerra Mundial e foi considerado um genocídio pela justiça internacional.

Na época, a atmosfera estava pesada na Bósnia devido a uma disputa entre líderes políticos sérvios e muçulmanos. Estes últimos, pediam sua saída da RS (Republika Srpska, representação sérvia da Bósnia). 

Os ex-chefes militares e políticos dos servo-bósnios, Ratko Mladic e Radovan Karadzic, considerados como os principais arquitetos do massacre, estão foragidos desde que foram considerados culpados pelo genocídio em 1995 pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) pela ex-Iuguslávia.

Presidente - O presidente sérvio, Boris Tadic, prestou homenagem às vítimas de Srebrenica. Durante o aniversário do massacre, ele reafirmou a política da Sérvia de prender fugitivos culpados por crimes de guerra.

"Ao mostrar nosso respeito com as vítimas e nossa compreensão com a miséria dos outros, encontramos força para chegar à reconciliação sem a qual não pode haver uma melhoria nos Bálcãs", afirmou o presidente sérvio.