A quebra de recordes virou rotina na indústria automobilística neste ano. Segundo a Anfavea, nunca se construíram tantos carros como em março último, período em que as montadoras alcançaram o volume histórico de 230,8 mil unidades para um único mês. As vendas externas foram no vácuo e também superaram marcas históricas, seja para um mês de março, seja para o acumulado do primeiro trimestre.

O total produzido no mês passado superou a marca dos 230,6 mil veículos que saíram das linhas de produção em agosto de 2005, o melhor resultado obtido até então. O crescimento chegou a 12,3% em relação a fevereiro deste ano, que foi de 205,5 mil unidades. Na comparação com março do ano anterior, a alta foi de 1,8%.

O ritmo crescente de produção verificado ao longo do primeiro trimestre levou a indústria automobilística a outro valor histórico, de 631,7 mil unidades no acumulado do ano – ou o maior volume de todos os tempos para o período. De janeiro a março de 2005, o total produzido somou 585,8 mil carros.

Na avaliação do presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, o setor alcançou esse desempenho por força do efeito calendário. Março teve um maior número de dias úteis quando comparado a fevereiro e a igual mês de 2005. “Não há outro motivo específico para esse bom resultado”, relata Golfarb.

Exportações – Em que pesem as críticas acerca do baixo preço do dólar, uma das explicações para o bom desempenho do setor está associado às exportações, que continuaram firmes em março, batendo novos recordes. As montadoras registraram receitas de exportação da ordem de US$ 984,5 milhões no mês, e de US$ 2,64 bilhões no acumulado de janeiro a março.

A título de comparação, em março do ano passado os embarques de veículos ao exterior agregaram receitas de US$ 969,2 milhões, sendo de US$ 2,38 bilhões ao longo dos primeiros três meses do ano.

Apesar da pujança dos números, o principal executivo da Anfavea destaca que o ritmo das exportações de veículos continua perdendo força. “O nível de crescimento no primeiro trimestre é de 10,9%, ante um índice de 33,5% no ano passado todo e de 48,6% em 2004”, lamentou, sem destacar que as bases de comparação, nos respectivos períodos, eram baixas.