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Sepultura pesado e nervoso
Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
11/06/2011 | 07:03
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Já se passaram 13 anos da entrada do vocalista Derrick Green no Sepultura. A formação atual, que além de Derrick, do baixista Paulo Jr. e do guitarrista Andreas Kisser, conta já há cinco anos com o baterista Jean Dolabella, não deixa mais dúvidas que a banda realmente não pretende olhar para trás.

Nas costas, carregam discos como 'Chaos A.D.', 'Beneath The Remains', 'Nation' e 'Roots' - referência para qualquer fã de metal. Agora no cast da gravadora Laser Company, o quarteto tira 'Kairos' (R$ 35 em média) do bolso, seu novo disco e 12º da carreira. O lançamento mundial será no dia 24.

A banda apresentou o álbum aos jornalistas para audição em bar de São Paulo nesta semana. A impressão imediata ao escutá-lo é de certo resgate musical. Palhetadas rasgadas de guitarra, timbres certeiros e passagens lentas, dignas de belas chacoalhadas de cabeça. Solos da guitarra de Andreas mergulham sem fazer força nos tempos de 'Arise', disco de 1991.

Mas isso sequer soa forçado e, mesmo remetendo algumas vezes aos velhos discos, a personalidade vocal de Derrick e as levadas poderosas das baquetas de Dolabella temperam os novos tempos e ditam a identidade atual do grupo. "A preocupação agora é representar o momento 'Kairos' da banda. Esse é uma fase muito especial para o Sepultura", conta Paulo.

Todo o processo de composição de 'Kairos' foi natural. Segundo o baixista, a ideia foi a de trazer aquela sonoridade crua, com baixo, guitarra e bateria, de unificar o som. "Algumas saíram ao vivo, quisemos captar o Sepultura dessa forma, mais aberta, direta. Isso tudo ficou bem representado no resultado final", afirma.

Animados com o disco, Paulo e Derrick confessam ansiedade para ver a reação do público quando escutarem as novas compiosições nos shows.

Dolabella acredita que o Sepultura está em grande sintonia. "Quando estamos tocando, um sabe o que o outro fará. Estamos juntos há cinco anos, nos conhecemos muito bem". Dolabella conta ainda que no estúdio tudo pode acontecer com as músicas antes do ‘ok final'. "Tem som que mudou completamente. Estávamos no estúdio e resolvemos alterá-la inteira".

Autobiográfico, 'Kairos' trata da família dos músicos, da relação com gravadoras, das viagens pelo mundo, e da experiência que a banda carrega. Bem representado por composições como 'Dialog' - cheia de andamentos quebrados -, 'Mask' - que sofre ótima intervenção de passagem lenta - e pela brutal 'No One Will Stand', por exemplo, o disco contou com produção de Roy Z. "Completamos 26 anos de carreira, passamos e vivemos muitas mudanças e ainda estamos aqui. A música é o que sempre nos manteve juntos", diz o baixista.




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