Política Titulo Eleições
Dilma tenta assegurar
16 anos do PT no poder

Presidente petista mira manter marca histórica e
vencer a disputa depois de sair na frente no 1º turno

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
26/10/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff tenta hoje manter à risca história eleitoral e vencer a disputa pelo Planalto depois de sair na frente no primeiro turno, assim garantindo 16 anos do PT no principal cargo político do País. Assim como em edições anteriores, a petista enfrenta um tucano – desta vez, o senador mineiro Aécio Neves – na etapa derradeira do pleito. Há quatro anos, a postulante governista teve sucesso ao debutar nas urnas, dando continuidade ao projeto do partido em Brasília, batendo o ex-governador paulista José Serra.

Desde 1989, primeira eleição direta após a redemocratização do Brasil, o resultado de primeiro turno e prognóstico das pesquisas de intenções de voto para o cenário de segundo turno se concretizam na votação final, efetivando série de favoritismo.

Pelo extinto PRN, o hoje senador reeleito Fernando Collor (PTB) deu início ao tabu ao ganhar nas duas etapas do então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As sondagens apontavam Collor com 47% contra 44% de Lula. O saldo foi de 49,9% para o petebista e 44,2% para o petista. Ou seja, não houve virada.

Nos dois páreos subsequentes, em 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) levou já no primeiro turno. Depois destes episódios, três eleições presidenciais foram para o segundo turno. No pleito de 2002, com três derrotas seguidas do Planalto na bagagem e mudança de postura, Lula abriu vantagem sobre Serra, atingindo patamar de 62% das intenções nos levantamentos, enquanto o ex-governador de São Paulo tinha 38%. O sindicalista conquistou a primeira vitória ao PT ao registrar 61,3% dos votos ante 38,7% do tucano.

Em 2006, na disputa de reeleição, Lula aparecia com 53% das intenções nas pesquisas de panorama de segundo turno e Geraldo Alckmin (PSDB), hoje governador reeleito do Estado, contava com 47%. O petista acabou com 60,8% dos votos nas urnas e o tucano, 39,1%. Seguindo a linha, em 2010, Dilma, então ministra-chefe da Casa Civil, era indicada por 57% do eleitorado e Serra por 43% da população. O resultado foi bem semelhante. A petista teve 56,1% no segundo turno contra 43,9% do senador eleito de São Paulo.

O pleito deste ano remete ao de 1989 no que se refere ao acirramento, devido aos diversos fatores de tensão, disputado do início ao fim e com elementos de surpresa no meio do processo. O primeiro caso se deu com a morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB), em agosto. Sua vice, Marina Silva (PSB) assumiu o posto de candidata, ascendeu nas pesquisas, chegando a liderar os estudos. Entretanto, aos poucos, o projeto da ex-senadora foi desidratando e ficou de fora do segundo turno.
Aécio ultrapassou Marina na última semana do primeiro turno, se estabelecendo em segundo lugar, repetindo outro episódio de 25 anos atrás, quando Lula deixou o ex-governador fluminense Leonel Brizola (PDT), morto em 2004, no retrovisor na reta final de campanha.

SEGUNDO TURNO
Encabeçando a lista de presidenciáveis, Dilma obteve 43,2 milhões de votos no primeiro turno (41,59%). Aécio, por sua vez, angariou 34,8 milhões de sufrágios (33,55%). No Grande ABC, o senador venceu com 531,7 mil adesões, enquanto a petista foi lembrada por 460,6 mil eleitores. Nesta segunda etapa, o tucano liderou as pesquisas gerais no País por duas das três semanas. Ao visualizar prisma negativo, a presidente utilizou discurso de desconstrução da candidatura do PSDB, assim como fez com Marina na etapa inicial, e conseguiu reverter quadro que era desfavorável.

No voto a voto, mesmo com fortes ataques do rival a seu governo (2011-2014) sob o aspecto de corrupção, a petista fortaleceu debate de comparação entre os 12 anos de administrações petistas e os oito anos de gestão Fernando Henrique (1995-2002), abordando especialmente temas como desemprego, arrocho salarial e avanço social. Apesar de representar projeto de continuidade, Dilma usou slogan de ‘governo novo, ideias novas’ ao assegurar mudanças em eventual reeleição. 




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