Os socialistas de centro-esquerda, um movimento defensor do livre mercado e da uniao com o restante da Europa, ganharam 111 das 230 cadeiras da Assembléia da República nas eleiçoes realizadas domingo.

Acredita-se que este número subirá para 113 cadeiras, três a menos do que os necessários para a maioria , depois de terminada a contagem dos votos dos emigrantes e de as eleiçoes serem repetidas nos distritos que boicotaram o pleito.

A Coalizao Democrata Unitária (CDU), formada pelo Partido Comunista e Partido Verde, obteve 17 cadeiras, duas a mais do que nas eleiçoes anteriores de 1995, enquanto que o Bloco Esquerdista dos comunistas de linha dura conquistou duas, garantindo sua primeira representaçao no Parlamento.

Estes partidos têm profundas reservas sobre a Uniao Européia e propoem mais investimentos estatais em questoes sociais.

Já o Partido Social Democrata, de centro-direita, e o Partido Popular, conservador, tiveram seu apoio reduzido em 2,5 por cento.

Juntos, conquistaram 93 cadeiras, que podem chegar a 98 quando terminar a apuraçao.

O mandato de quatro anos do governo de minoria "será muito mais difícil" que o primeiro, declara o jornal Público em um editorial, no qual afirma que os socialistas mais militantes terao maior influência sobre a liderança do partido.

Existe "uma forte possibilidade de eleiçoes antecipadas", declarou o Diário de Notícias, acrescentando que os comunistas exigirao um preço alto para apoiar as propostas do governo no parlamento.

Durante os últimos quatro anos, o processo legislativo se viu facilitado pela oposiçao dos social-democratas por incorporar o país à moeda comum européia.

Por esse motivo, abstiveram-se de votar sobre o orçamento, permitindo, assim, sua aprovaçao.

Além disso, os comunistas freqüentemente deixaram de votar sobre propostas do governo, permitindo também que fossem aprovadas, apesar da oposiçao dos partidos de tendência direitista.