O capitão João Francisco Terrom está à frente do comando da PM (Polícia Militar) em São Caetano há três meses. No período, vem intensificando o combate ao furto de veículos, que ainda é a ocorrência que traz maior preocupação aos moradores. No início do ano, a população chegou a realizar protestos para pedir mais Segurança na cidade.

“São Caetano é uma das cidades mais seguras do Brasil, então nossos principais problemas são os crimes patrimoniais, em especial o furto de veículos”, observa o capitão.

Para o comandante, o número de carros nas ruas é atrativo para os criminosos. “Temos média de três veículos por família e na maioria dos prédios há apenas uma vaga de garagem. Então, as pessoas acabam estacionando na rua. Agora imagina aquele pessoal que trabalha ou vai estudar e deixa o carro na rua o dia inteiro? O risco é maior.”

De acordo com Terrom, o tempo que a vítima leva para acionar a corporação também influencia na solução das ocorrências. “Quando a pessoa é roubada, deve ligar para a polícia assim que o bandido leva o carro. Quando se trata de furto, é bom telefonar assim que identificar.”

O roubo de veículos diminuiu 49,28% e o furto 11,29% na cidade em agosto em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo as estatísticas da SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Conforme o capitão da PM, os crimes acontecem principalmente perto de empresas, faculdades e hospitais porque o assaltante sabe que terá tranquilidade para agir, já que as pessoas costumam demorar nesses locais. “Em áreas com muitos barzinhos, mesmo que a pessoa deixe o carro na rua, tem bastante movimento e o ladrão não quer ser reconhecido.”

O comandante também comentou que o policiamento está sendo reforçado, especialmente na periferia. “Nossas viaturas e motos da Força Tática ficam principalmente na Avenida Guido Aliberti e na Avenida dos Estados justamente para patrulhar. Aqui em São Caetano a gente não tem desmanche, então acredito que grande parte desses carros vá para Santo André, São Paulo ou outras regiões.”

A divisa do município com Heliópolis, na Capital, também recebe policiamento especial. “As divisas acabam preocupando mais que a própria cidade. Além disso, a gente sabe que muitas pessoas que são assaltadas do outro lado fazem boletim de ocorrência aqui.”

Segundo Terrom, o aumento da força policial não garante que os crimes vão diminuir ou acabar. “O que ocorre quando temos esse patrulhamento é que a pessoa que foi roubada vai encontrar uma viatura por perto para prestar assistência”, diz.

Corporação esclarece que ações no Barcelona foram pontuais

Em agosto, duas lojas de roupas infantis da cidade, ambas localizadas no bairro Barcelona, tiveram o estoque furtado durante a madrugada após as portas terem sido arrombadas. Conforme o capitão João Francisco Terrom, os casos não são recorrentes. “Tivemos outras ocorrências semelhantes, que foram assaltos a algumas lojas no Centro, mas são pontuais.”

Ele também afirmou ter intensificado o policiamento no bairro. “Lá não tem índice que motive a mudança no nosso planejamento, mas hoje conseguimos aumentar o policiamento na rua durante o dia. Isso por causa da Atividade Delegada e da Dejem (Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar), que tem inibido essas ações e aumentado a sensação de segurança na população”, considera.