O ex-ministro e deputado José Dirceu afirmou neste domingo, ao sair do diretório do PT (Partido dos Trabalhadores) na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, que não participa das decisões administrativas e financeiras do partido desde 2002, portanto não tem ligação nenhuma com os empréstimos e operações de ‘caixa 2’. Dirceu foi até o diretório do PT para votar nas eleições do partido.

Segundo a Rádio CBN, o deputado falou sobre sua participação na chapa do Campo Majoritário, tendência que controla o partido há dez anos, e disse que está com a consciência tranqüila, pois tem provas de que é inocente. "Eu já dei ao PT o que podia nada e não cobro nada nem do partido nem do presidente Lula. Ninguém precisa me defender, eu vou me defender sozinho. Estou com a consciência tranqüila, tenho provas de minha inocência".

Dirceu disse ainda que é responsável por seus atos e que "ao contrário muitos da Executiva, de muitos da direção nacional do PT, eu não fujo das minhas responsabilidades, porque isso não é da minha personalidade", afirmou o ex-ministro, ressaltando que seus advogados continuam trabalhando em sua defesa.

Por fim, o deputado disse que o presidente Lula vai concorrer à reeleição "porque tem feito o melhor governo nas duas últimas décadas".

Com a maior e mais visada eleição interna dos seus 25 anos de existência, o Partido dos Trabalhadores enfrenta neste domingo o segundo ato da seqüência de eventos-problemas que abalam o partido desde junho, quando o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-TJ), agora cassado, detonou a bomba que fez explodir denúncias sobre seus dirigentes e o governo Lula. O PED (Processo de Eleições Diretas), que acontece neste domingo em todo o Brasil, pode mudar corações e mentes da principal agremiação política do país, com reflexos sobre o governo e sua política econômica, sucessão presidencial e no Congresso em 2006, e o restante dos partidos políticos.