Indianápolis, agosto de 1987. O jovem Adauto Domingues deu uma guinada na carreira ao conquistar o título nos 3.000 m com obstáculos nos Jogos Pan-Americanos. Além do ouro, Adauto bateu o recorde da prova, depois de anos treinando no Sesi Santo André.

Nascido em São Caetano, ele recebeu com carinho especial a notícia divulgada ontem pelo Diário de que a antiga equipe de atletismo da instituição será reativada.

"Fiquei felicíssimo ao ler isto", afirmou o hoje técnico, que trabalha com atletas de fundo da equipe BM&F/Bovespa e Seleção Brasileira. Durante 15 anos, ele foi atleta do Sesi e destacou a importância da retomada do projeto.

"É sempre mais um espaço de trabalho e isto é bom para o esporte. Talvez seja uma das melhores (estruturas) do País. Em Uberlândia (Sesi Gravatás), o Centro de Treinamento é uma potência. Acho que pela tradição a nova equipe deverá ter muita força", destacou, acreditando em uma possível rivalidade futura com sua equipe atual.

Para ele, o projeto educacional mantido pelo Sesi poderá contribuir positivamente para que o programa de esportes seja um sucesso. "Este é um caminho lento, não é algo que aconteça rapidamente porque envolve detecção de talentos, trabalho de formação. Mas acredito sim, que será uma boa equipe e isto é muito bom."

O retorno de uma potência esportiva nacional nas décadas de 1970 1980 também serve de alento para o atletismo em geral, depois de um ano marcado por escândalos de doping e pelo fechamento da equipe Rede Atletismo, vice-campeã nacional.

"Para nós, tudo isso foi muito ruim. Mas, por outro lado, mostrou que as pessoas estão trabalhando para que o esporte seja cada vez mais limpo. E este recomeço certamente é um alento", disse Domingues.