Economia Titulo Empresas
Incubadoras de
empresas se reestruturam

Prefeituras da região reformulam iniciativas de
apoio a empreendimentos com ideias inovadoras

Por Andréa Ciaffone
11/11/2013 | 07:07
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Marina Brandão/DGABC


Prefeituras da região estão reformulando seus programas de incubação de empresas para fortalecer o apoio a pequenos empreendedores que tenham ideias inovadoras, mas que precisam de auxílio para tirar seus projetos do papel e viabilizá-los no mercado.

Depois da reinauguração da InNova (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica), de Santo André, em junho, outra entidade semelhante, ligada à administração municipal de Mauá, passa por mudanças, incluindo a reforma do espaço físico e a ampliação do leque de segmentos atendidos. Antes, ela era focada nos setores de plástico e metalmecânica. Hoje, com apenas três incubados, a Incubadora Barão de Mauá acaba de selecionar outros cinco empreendedores, de ramos diversos – de equipamento hospitalar, produto para a construção civil, confecção e outras –, que devem chegar em dezembro. Além disso, a partir de janeiro, serão abertas mais duas vagas, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Ciomar Okabayashi.

O local conta com nove boxes de 90 m² e dois de 45 m², sala de reunião e treinamento, e dá oportunidade de participação em palestras e consultorias (tudo em troca de taxa mensal de R$ 7,50 o m²), pelo prazo de dois anos. Okabayashi cita que a ideia é fortalecer a iniciativa, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, e atrair boas ideias, como a de Vilson Zanite, da empresa CTS, que criou painel (pequena chapa de aço) que serve para testes de pintura de indústrias. Ele captou clientes como Basf e Dupont, e está se mudando para Diadema. “A estrutura daqui não nos comporta mais”, diz.

SÃO BERNARDO - A Iesbec (Incubadora de Empresas Tecnológicas de São Bernardo) foi aberta em 1999. No entanto, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Jefferson da Conceição, o plano é migrar a iniciativa, que fica no bairro Jardim Silvina, para dentro das instalações do futuro parque tecnológico do município (cuja localização ainda não foi divulgada). E também montar estrutura semelhante nos Estúdios Vera Cruz, que devem ser licitados em breve.

Atualmente, a Prefeitura participa apenas com a cessão do espaço do Iesbec para nove empreendedores, que vêm administrando por conta própria o local desde que o Sebrae, que fazia a gestão, foi condenado pela Justiça em 2010 a encerrar os contratos com terceirizados. Da Conceição assinala que será aberto edital para a inclusão nas novas instalações. “Vamos buscar acolher (quem já é incubado), mas está claro, a incubação não é permanente”, diz o secretário.

Um dos que estão no local é o empresário Valdomiro José Fernandes, que tem indústria de automação industrial e está incubado desde 2009. Para ele, a experiência tem sido valiosa, também pelo contato com outros projetos inovadores. Recentemente, recebeu serviço de montagem encomendado pela Gade Hospitalar, incubada da InNova que desenvolveu equipamento para banho no leito de hospital. O engenheiro de produto da Gade, Élvis Sá Teles de Souza, garante que o produto, que mantém a água aquecida e tem capacidade para 20 litros, é novidade no mercado. “As macas e os monitores tiveram evolução, mas não a forma de dar banho nos pacientes.”

ESTADO - As incubadoras da região poderão, em breve, receber apoio financeiro do governo estadual. Segundo o subsecretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Marcos Cintra, um dos focos é fomentar experiências desse tipo.

No entanto, ele avalia que há necessidade de aprimoramento do modelo. Estudo realizado pelo governo identificou três problemas em 34 entidades mapeadas no Estado: em primeiro lugar, governança deficiente, ou seja, pouco envolvimento de entidades civis, que poderiam auxiliar na ponte com investidores anjos (interessados aportar recursos em pequenos empreendimentos).

Além disso, há baixa sustentabilidade desses programas. “Isso não é atividade social, tem de gerar lucro”, disse. Em terceiro lugar: há falta de conhecimento sobre financiamento. “Cerca de 40% delas não buscam recursos oficiais”, afirma.
 




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