Um bebê de três meses ficou refém de presas amotinadas, na madrugada desta segunda, na cadeia de Votorantim, interior de São Paulo. A rebelião deixou uma carcereira e duas detentas feridas, mas sem gravidade.

As amotinadas assumiram o controle da cadeia depois de uma tentativa de fuga, às 23h30 de domingo. Elas protestavam contra a superlotação da unidade, que tem capacidade para 48 detentas, mas abrigava 185 mulheres. A fuga frustrada começou quando a carcereira Madalena Roseli Simões, de 44 anos, entrou numa das celas para socorrer uma mulher que alegava estar passando mal. Depois de fazê-la refém, as prisioneiras conseguiram passar para o setor administrativo da cadeia e renderam uma faxineira mas acabaram sendo interceptadas quando saíam para a rua. Revoltadas, passaram a depredar as instalações. As líderes ameaçavam matar as reféns e alegavam que tinham o bebê de uma presa, que estava na cela para ser amamentado, para evitar que a cadeia fosse invadida. A faxineira foi solta ainda de madrugada e saiu carregando a criança.

O diretor da cadeia, delegado José Olímpio Prette, e o promotor da Vara de Execuções Criminais de Votorantim, Luiz Alberto Szykora, assumiram as negociações. Para reduzir o excesso de lotação, as líderes exigiam a transferência de 45 presas já condenadas. Depois de 12 horas de rebelião, as amotinadas concordaram em libertar a carcereira e voltar para as celas. Nervosa e com várias lesões decorrentes das agressões que sofreu, a mulher teve de ser medicada em um hospital da cidade. Duas presas tiveram ferimentos leves. Quinze detentas foram transferidas até o final da tarde desta segunda.