Márcio Bernardes Titulo
Outros tempos

Dunga é mais pragmático que Carlos Alberto Parreira, aliás, um dos seus inspiradores

Por Especial para o Diário
12/06/2010 | 00:00
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Os torcedores que sempre se encantaram com a beleza do futebol brasileiro podem ir tirando o cavalinho da chuva. Dunga é mais pragmático que Carlos Alberto Parreira, aliás, um dos seus inspiradores.

Todos se lembram que Parreira um dia disse que o gol era um mero detalhe no futebol.

O atual técnico brasileiro não admite publicamente, mas sua vida profissional como jogador e agora como treinador sempre foi pautada pela frieza e objetivo.

Dunga quer saber como terminará o jogo. E não se preocupa com a qualidade do espetáculo. E é claro, isso descaracteriza nossas tradições.

Não adianta chorar, já dizia o saudoso Fiori Gigliotti. A beleza do nosso maior e melhor produto de exportação, o futebol de Pelé, Zico, Sócrates, Falcão, entre outros tantos craques, não é prioridade para Dunga.

A Praça Nelson Mandela, em Sandton, é o ponto de encontro dos turistas-torcedores de todo mundo. Tudo acontece em um clima de festa e confraternização. Músicas, vuvuzelas, abraços e alegria. Esse deveria ser sempre o clima nos estádios normalmente.

- A máscara da delegação argentina é imensurável. Maradona, comissão técnica e muitos jogadores se sentem os donos da cocada preta. Uma hora o vaso quebra. Todos sabem que o jogo só acaba quando termina. Apesar de ser uma das favoritas, a seleção platense precisa ter humildade.

- Mandela estava convencido de que iria ao Soccer City na primeira partida do Mundial. Com o falecimento de sua bisneta mudou os planos. Não ficaria mesmo bem para o líder sul-africano espalhar sorrisos neste momento trágico de dor familiar. Jacob Zuma, o presidente, falou por ele.

- Jogadores gregos desabafam e protestam junto à Fifa pelo roubo do hotel onde está concentrada a delegação em Durban. Se não bastassem os jornalistas chineses, japoneses e portugueses, a violência ultrapassa os locais onde a segurança deveria estar reforçada.

- Vi ontem cena lamentável em uma avenida de Joanesburgo. O trânsito, como sempre, estava caótico. A polícia parou uma van cheia de passageiros. Todos são clandestinos. O motorista desceu com uma nota de dinheiro e passou-a em um cumprimento para o policial. Cara de pau!

No Congresso da Fifa, Joseph Blatter lançou-se candidato a mais um mandato. Usou como argumento que precisa terminar o trabalho que iniciou em 1998. Como se 12 anos não fossem tempo exagerado para se colocar em prática qualquer proposta política e administrativa.


O jogo inaugural da Copa foi uma grande festa. Felizmente o nível técnico também foi elogiável.

Apesar do empate simples por 1 a 1, África do Sul e México alternaram um belo futebol. Cada um em um tempo.

Na primeira etapa o México foi mais time e perdeu grandes chances. A África teve oportunidade com Mphela no finalzinho.

Já na etapa final, com o lindo gol de Tshabalala logo aos dez minutos, a África do Sul não matou o jogo nos contra-ataques porque exagerou nas finalizações. Exagerou e perdeu chances reais.

O México aproveitou um vacilo da defesa adversária e empatou com Rafa Marques. Público sensacional: quase 85 mil pessoas. As vuvuzelas mostraram que ajudam mesmo o time local. Só quem está no estádio consegue avaliar como o barulho é alto e forte.

Tomara que os próximos jogos tenham a mesma emoção.




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