O prefeito de Sao Paulo em exercício, Régis de Oliveira, (PMN) disse na sexta-feira que nao pôde efetivar o plano do "secretariado com nível de ministério" por causa das recusas de alguns de seus escolhidos. "Os nomes que cogitei lamentavelmente, nao concordaram em participar da administraçao." Ele defendeu, porém, todos que assumiram. "Temos um belíssimo nível de secretariado."

O líder do PSDB, o segundo maior partido de oposiçao na Câmara, critica a equipe formada. "Em 99% do governo, a cara nao mudou", afirmou Aurélio Nomura, numa comparaçao com a gestao Pitta. Ele considera que a prova de fogo do secretariado começa esta semana, quando Alvaro Bortoletto, o secretário das Administraçoes Regionais, deve comparecer à Câmara para falar sobre subprefeituras. "Muitos dos que estao aí dificilmente chegarao até o fim do governo."

Régis nao quis avaliar essa possibilidade: "Nem sei se eu vou chegar ao fim." Ele disse que nunca tinha visto secretários como Bortoletto e o titular do Abastecimento, Joao Vicente Branco Júnior, "funcionário por 30 anos do Banco do Brasil". "É uma pessoa de que preciso na Secretaria do Abastecimento."

Para o líder do PT, José Eduardo Martins Cardozo, boa parte desse secretariado nao tem envergadura nem para assumir cargos no município, quanto mais para um ministério. "Dificilmente nao vao ocorrer crises administrativas e éticas", avalia, citando o caso de Pinotti como exemplo.

Régis defendeu Pinotti, que, além de ser alvo de açoes na Justiça, recebeu um empréstimo de R$ 500 mil do empresário Jorge Yunes. "Qual interesse eventual pode ter o Pinotti com o Yunes?"

"Carroça" - Sobre o fato de o secretário de Esportes querer fazer "mais que esportes" e o da Habitaçao pretender levar esportes ao Cingapura, o prefeito afirmou que prefere essas propostas ao risco de eles nao fazerem nada. "Que façam tudo o que quiserem", disse. "Há uma frase que diz: 'Vou amarrar minha carroça nos astros para ver se vou mais longe'."