Política Titulo Falso testemunho
Aidan não pedirá desculpas 'por inverdades' de Pavin

Prefeito de Sto.André diz que ex-superintendente mudou postura

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/06/2012 | 07:20
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O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), disse que não pedirá desculpa ao ex-superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) Ângelo Pavin (PMDB) por ele ter dito "sucessivas inverdades".

Em entrevista à Rádio ABC, ontem, o petebista afirmou que se sentiu na obrigação de exonerá-lo pelo suposto falso testemunho em depoimento à Polícia Civil. "Ele comentou que falou comigo (sobre a atuação irregular do advogado Calixto Antônio Júnior na autarquia). Lamentavelmente isso não aconteceu", disse o prefeito.

Aidan considerou lastimáveis as declarações do então companheiro de 25 anos de que não possuía autonomia dentro do Semasa. Segundo o chefe do Executivo, Pavin tinha liberdade e poder para tomar ações, sendo uma falácia mencionar que era meramente figurativo. "Triste porque é pessoa conhecida. Não dá para tapar situações falando que não se é responsável, mesmo assinando contratos, pagamentos. Está errado. A decepção vem da mudança de comportamento."

Para o prefeito, as acusações de Pavin, que sugerem suposto desvio de conduta na paralisação dos pagamentos a fornecedores no ano passado para, posteriormente, fazer contato com as empresas, não faz nenhum sentido. Admitindo deficit no Semasa, Aidan garantiu que suas interferências se deram para colocar as contas no azul. "Tínhamos dívida de R$ 56 milhões e chegaria a R$ 70 milhões no fim de 2011. Intervimos de forma decente, fazendo reunião, tudo agendado, com e-mail provando, só que inverteram falando outra coisa. Lamento essa inversão de fatores."

Apesar de avaliar que não há críticas à gestão de quase três anos e meio de Pavin, Aidan sustentou que o novo comandante do Semasa, Omar Lopes dos Santos, enfrentará problemas por entrar com outra dívida. "Fechou positivo em R$ 3 milhões em 2011. Hoje, em maio, já está em R$ 42 milhões negativos. Isso não é forma de gerenciar de maneira tranquila. Não funciona desse jeito."

Segundo o petebista, mesmo com o rombo nas contas "talvez não precise de medida drástica". "Se a Prefeitura tem de colocar milhões em cima da autarquia, eu busco e faço virar secretaria. Mas tentaremos outro caminho para voltar àquele Semasa do passado." 

DEPOIMENTOS

O assistente de Gestão Financeira do Semasa, Ezo Anaz, e o ex-funcionário do setor André Nagy prestaram depoimento ontem à Polícia Civil. Ambos executaram na autarquia o procedimento utilizado posteriormente por Calixto. O advogado atuou na análise da planilha de pagamentos de empresas prestadoras de serviços a partir do segundo semestre do ano passado.

Anaz negou que Calixto interveio na relação de pagamentos. Nagy, por sua vez, admitiu que fazia reuniões diárias com o advogado, junto com o diretor financeiro Nelson de Freitas. "Ele (Nagy) disse que nunca entrou no mérito do que o Calixto fazia com a planilha, porque não era problema dele", disse o delegado Gilmar Bessa, que fará nova intimação de Calixto e Pavin.




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