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Com troca de farpas, Marta e Alckmin se enfrentam em debate
Por Do Diário OnLine
12/09/2008 | 00:40
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O debate promovido pela TV Bandeirantes com os candidatos a prefeitura de São Paulo, na noite de quinta-feira, teve como ponto alto os ataques entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Marta Suplicy (PT). Apesar do clima de cordialidade, os candidatos fizeram questão de apresentar dados de suas gestões anteriores e trocaram acusações entre si. Os demais candidatos também não perderam a oportunidade de trocar farpas com a petista, já que ela aparece na frente nas pesquisas de intenção de voto.

No primeiro bloco, os candidatos apresentaram suas propostas para o tema trânsito e transportes. O atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição, criticou a falta de investimentos das gestões anteriores, principalmente em relação ao Metrô. "Muitos prometeram, mas não investiram", disse Kassab. Ivan Valente (PSOL), por sua vez, afirmou que essa é uma questão que só será resolvida a longo prazo. "Quem disser o contrário estará mentindo", disse. Já a candidata Soninha Francine (PPS) defendeu investimentos amplos para o Metrô.

O candidato Paulo Maluf (PP) iniciou sua participação dirigindo ataques à antiga administração do PT, na qual Marta era prefeita. Ele lembrou de suas obras viárias e garantiu que as mesmas são "fundamentais" para a cidade. Neste ponto, Marta e Alckmin se atentaram aos seus projetos.

Também fizeram considerações os candidatos Ciro Moura (PTC) e Renato Reichmann (PMN).

No segundo bloco, candidato perguntou a candidato. Marta iniciou questionando Alckmin sobre a situação da Guarda Civil. Entre acusações e apresentações de dados, a petista afirmou que vai investir na Guarda como forma de prevenção ao crime. Alckmin não ficou para traz e garantiu que esse também é um dos planos de seu governo.

O clima começou a esquentar quando Marta lembrou uma situação crítica de segurança vivida na cidade, por conta dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) - ocorrida durante a gestão de Alckmin. "No seu governo, São Paulo viveu uma das situações mais críticas de segurança", afirmou. Alckmin se defendeu, dizendo que a petista quer "jogar pedras" na sua administração.

Logo depois, foi a vez de Alckmin alfinetar Marta. Ele a questionou sobre a criação excessiva de taxas e sobre o "rombo" em que ela teria deixado a cidade. A candidata do PT se defendeu, dizendo que já encontrou a prefeitura "falida".

Na próxima questão, Maluf desafiou a candidata Soninha Francine a assumir que vereadores recebem propinas para aprovar projetos na Câmara Municipal. "Eu queria que você tivesse coragem de assumir a corrupção", disse Maluf. Soninha se defendeu, dizendo que a aprovação de projetos se dá por meio de acordos e não por "pagamentos". A candidata do PPS disse que todos sabem abertamente sobre o esquema de negociação de votos.

Kassab destacou seus projetos ‘ambientais', como a restrição da circulação de caminhões, e perguntou a candidata Soninha sobre seus planos para a área. Em resposta, a ela disse que ainda falta muito por fazer e que o rodízio criou mais problemas do que soluções.

No terceiro bloco, quando os candidatos responderam a perguntas de jornalistas, as acusações foram marcadas entre a candidata Marta Suplicy e Gilberto Kassab. O atual prefeito criticou a saúde na gestão da petista e afirmou que, agora, a situação é diferente. Marta respondeu com ironia, afirmando que Kassab "vive uma fantasia", já que existem filas enormes nos hospitais para exames básicos. "A candidata precisa de informar. Saúde e educação são os carros chefes de nossa administração", rebateu Kassab.

O clima esquentou novamente quando o assunto foram as ‘escolas de lata'. Kassab afirmou que resolveu a situação na sua gestão e acusou Marta de descaso. A petista respondeu prontamente, afirmando que "as escolas foram construídas na gestão de Celso Pitta, da qual Kassab fez parte".

Maluf também acusou o candidato Alckmin, dizendo que ele assume realizações na saúde executadas na gestão de Mário Covas. "Você precisa parar de confundir as gestões", disse Maluf.

No quarto bloco, foi realizada uma nova rodada de perguntas entre candidatos. Ciro Moura disse que Marta usa tática de promessas e perguntou se isso vai funcionar dessa vez. Marta rebateu com realizações anteriores e garantiu que seu governo "tem capacidade de prometer e cumprir". Em resposta, Ciro Moura perguntou aos telespectadores se eles "acreditam em Papai Noel".

Ivan Valente alfinetou Kassab quando disse que, na atual gestão, o SUS (Sistema Único de Saúde) não prioriza as pessoas carentes. Kassab afirmou que isso não condiz com a realidade e destacou parcerias com instituições na área da saúde. Em seguida, Kassab questionou a candidata Soninha sobre seus conhecimentos dos programas voltados à educação de sua gestão. A candidata do PPS reconheceu que houve avanços, mas afirmou que ainda existem deficiências "que precisam de atenção".

Em resposta ao candidato Paulo Maluf, Alckmin disse que a cultura é uma das prioridades de seu governo já que "São Paulo precisa ser a capital da cultura". Ele citou realizações anteriores, como o Museu da Língua Portuguesa e disse que pretende fazer a "Broadway paulistana". Além disso, Alckmin afirmou que vai descentralizar a Virada Cultural e desenvolver projetos culturais voltados para a população carente. Maluf repetiu a frase de seu adversário e disse que quer transformar a cidade na "capital da cultura".

Nas considerações finais, já em clima de tranqüilidade, os candidatos assumiram compromissos e destacaram os principais pontos de seus planos de governo.




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