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Fugitivo raspa digitais dos dez dedos
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
03/06/2006 | 08:32
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A Polícia Militar de Santo André prendeu quinta-feira à noite na favela Tamarutaca Israel César Lemos, 25 anos, suspeito de participar da onda de ataques promovidos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) no mês passado no Grande ABC. Lemos teria atuado na morte de um policial militar que foi baleado em uma base localizada na Vila Pires. Para dificultar ao máximo a sua identificação, ele apelou para a automutilação: raspou com uma lâmina as impressões digitais de seus dez dedos das mãos. Entretanto, o artifício não se mostrou totalmente eficiente, pois peritos conseguiram identificá-lo com parte da pele que não foi raspada.

Policiais militares da Força Tática do 10º Batalhão, por meio de investigações, foram informados que Lemos morava com a família na favela Tamarutaca e era parceiro de Francisco Pereira, 21 anos, o Baianinho, preso por participar da morte do soldado Ânderson Andrade, 26, no dia 13 do mês passado.

Quinta-feira à noite, portando uma fotografia de Lemos, os integrantes da Força Tática passaram a procurá-lo. Na viela 8, os policiais se depararam com Lemos e seu irmão, Ismael Silvio Lemos, 31 anos. De acordo com a polícia, ao perceberam a presença dos PMs, os dois irmãos tentaram fugir, mas foram interceptados. Ambos não portavam nenhum documento de identificação e diziam que Ismael era tio e Israel sobrinho.

Israel Lemos se identificou falsamente como Danilo Carvalho Lemos, pois possuía uma xerox de alvará de soltura, que exibiu posteriormente, em nome desta pessoa. O que também chamou a atenção dos policiais foram os dez dedos das mãos raspados nas impressões digitais. “Ele argumentou que havia se cortado carregando laje. Já tínhamos certeza que era a pessoa que estávamos procurando e levamos os dois para a delegacia”, afirmou o tenente Leonardo Casabona Martins Ferreira, responsável pela operação.

No IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt), peritos desmascararam Israel Lemos. Seu irmão havia informado a identificação correta e, como nada tinha sido provado contra ele, foi liberado.

Ao pesquisarem a ficha de Israel, os policiais descobriram que ele tinha fugido em 29 de março do ano passado da Penitenciária Alberto Brochieri, em Bauru, no interior paulista, onde cumpria pena por roubo.

Em depoimento prestado no 4º DP, onde o caso foi registrado, a mãe de Israel, Devanir Domingues Lemes, confirmou à polícia que seu filho usava o nome falso para que não fosse recapturado. Devanir também falou que seu filho lhe pediu para que dissesse que ele não era seu parente.

A Polícia Civil agora vai investigar o grau de participação de Israel nos ataques promovidos pelo PCC. Na ocasião da morte do policial Andrade na Vila Pires, havia um Pegeout e um Astra ocupados por sete homens fortemente armados. O Pegeout foi interceptado pela polícia e o Astra, não. “Temos informações de que Israel estava dentro do Astra”, contou o tenente Ferreira.




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