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Tarifas de energia para indústria sobem 150%, segundo dados da Fiesp
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07/06/2010 | 07:06
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A escalada do preço da energia elétrica no Brasil tem sufocado o setor industrial. Entre 2002 e 2009, a tarifa cobrada das empresas subiu 150% - 83% acima da inflação do período - e se tornou a terceira maior do mundo, segundo dados da Agência Internacional de Energia, coletados pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O preço saltou de R$ 92 para R$ 230.

"O problema é que, se nada for feito, o ritmo de alta continuará nos próximos anos e afetará a competitividade da indústria nacional", alerta o diretor da Fiesp e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Julio Diaz.

Ele afirma que tem recebido inúmeras queixas de empresas (do setor automobilístico, madeira e têxtil) sobre a ampliação do peso da conta de luz na produção. Na indústria, há casos em que o consumo de energia representa até 45% do custo total.

Até 2003, a tarifa do setor industrial representava 45% do que era cobrado do consumidor residencial. A partir daí, o governo deu início a um realinhamento tarifário que durou até 2007, lembra o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner. O objetivo era eliminar o que o governo considerava como subsídio cruzado nas tarifas do País - algo questionado por alguns especialistas, já que a indústria é atendida em alta tensão e, portanto, o custo para entrega da energia é menor.


Dessa forma, a Aneel elevou os reajustes para a classe industrial e reduziu o ritmo de alta para a residencial. A conta das empresas atingiu 78% do que os consumidores residenciais pagam. Mas, para especialistas, isso não é motivo de comemoração. Hoje as duas tarifas estão em níveis extremamente elevados para a média mundial. Além disso, o aumento de custo da produção industrial é repassado para o consumidor. Ou seja, o residencial é punido duas vezes: pela tarifa de energia alta e por produtos mais caros.




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