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'Novas deputadas’ fazem bonito na Assembléia
Renan Cacioli
Do Diário do Grande ABC
19/11/2005 | 08:09
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A temperatura ferveu durante a sétima edição do Parlamento Jovem, realizado sexta-feira na Assembléia Legislativa de São Paulo. No meio das intrigas políticas que marcaram o evento desde a eleição da Mesa Diretora até a discussão do último dos 92 projetos apresentados, as duas alunas que representaram o Grande ABC no plenário paulista fizeram bonito e saíram satisfeitas com as respectivas propostas aprovadas. Quem se deu melhor ainda foi a estreante Marcelly Guerrero Alberto, 16 anos, que formou alianças importantes com os veteranos e foi a 1ªSecretária da sessão.

A polêmica entre os 92 participantes do Parlamento – que teve duas ausências – começou já na quinta-feira à noite, quando eles se reuniram no saguão do Hotel Lorena Internacional, onde ficaram hospedados, para formar as chapas candidatas à presidência da sessão (cada chapa contém, além do presidente, um vice e mais 1º e 2º secretários). Devido ao atraso para começar a reunião, muitas panelas racharam e, em vez das três chapas inicialmente previstas para concorrer, somente duas formalizaram seu pedido. "Eu queria ter participado da Mesa. Mas várias pessoas que também queriam não entraram num acordo e não deu tempo de formar a terceira chapa. Foi uma confusão", lamentou a outra representante da região, Priscila Zanotti Kawabata, 15 anos, que participou do evento pela segunda vez e saiu chateada por não estar na Mesa Diretora.

No meio do bate-boca entre os candidatos, a novata Marcelly aproveitou para articular-se rapidamente e conseguiu entrar na chapa Agora, que sexta-feira acabou vencendo o grupo Por Todos por 45 votos contra 37 (foram 10 abstenções). Ela sentou-se ao lado da presidente Fernanda Magnotta, a segunda mulher eleita ao cargo maior do Parlamento Jovem. "Foi uma experiência incrível", disse Marcelly.

Cena política – Assim que o presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia (PFL), passou a sessão ao comando dos jovens, quem observou o plenário Juscelino Kubitschek percebeu que muitas das cenas ali protagonizadas pareciam filmes antigos do meio político. Tinha deputado falando alto ao celular, outros que dormiram durante a apresentação dos projetos, alguns mais engajados que pediam "a parte, vossa Excelência" a todo instante. Enfim, o caldeirão político mexeu com o brio dos deputados e fez de cada discurso um motivo para risadas, vaias e aplausos.

"Todos aqui falaram difícil e eu também tenho o direito de falar assim", protestou o deputado Vanderlei Batista, ao ser questionado por outro nobre colega sobre o significado da palavra "profilático", inserida em seu projeto. "Vossa Excelência não tem dicionário aqui, mas mesmo assim vou explicar para o senhor o que isso significa", ironizou Vanderlei, arrancando risos do plenário.

Para o presidente Rodrigo Garcia, a guerra de nervos também faz parte do jogo. "Sempre tem discussões, mas eles estão aprendendo a cada ano que é possível discutir, sem ofender." O petista Sebastião Almeida também gostou desta briga de bastidores. "Esse clima faz parte da natureza política", destacou Almeida.




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