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Esses batateiros vão a Santos. De bicicleta...

Mês passado, João Gava assistiu na televisão a reportagem de um ciclista descendo a Serra do Mar, pela Estrada Velha, escoltado por um policial

Por Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
30/06/2010 | 00:00
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Mês passado, João Gava assistiu na televisão a reportagem de um ciclista descendo a Serra do Mar, pela Estrada Velha, escoltado por um policial dirigindo uma motocicleta e por uma ambulância, além da reportagem. O repórter narrando a proeza do ciclista. A reportagem inspirou João Gava a escrever uma crônica, lembrando dos seus tempos de rapazote na Vila de São Bernardo.

Aventura na Serra do Mar
Texto: João Gava
Meu sonho era ter uma bicicleta. Ganhava pouco, não podia comprar uma, até que joguei no bicho e ganhei um bom dinheiro - na época o jogo do bicho era legalizado. Ao receber a bolada, tomei a jardineira da família Setti e fui a Santo André. Procurei a Casa Vacari.
- Sr. Vacari, quero comprar a sua melhor bicicleta.
- Você tem dinheiro para pagar?
- Tenho. E quero essa bicicleta italiana, com farol e aros de Madeira.

Fui para casa contentíssimo, depois de investir 450 mil réis na bicicleta. Minha vontade era descer a Serra do Mar em direção a Santos. Procurei meus amigos e combinamos a saída no dia 13 de junho de 1937.

Deixamos a Vila de São Bernardo às 5h da manhã. Passamos rapidamente pelo Riacho Grande (a antiga Vila do Rio Grande). Pegamos à esquerda a Estrada do Mar. Vencemos o bar Gambarota e a capelinha dos Quaglia. Chegamos à primeira Casa de Pedra e iniciamos a descida.

Na metade da serra, os breques começaram a falhar. Paramos. Era voltar para casa ou tentar uma solução. Entramos no mato, arranjamos cipó e amarramos com ele galhos de árvores atrás das bicicletas. E continuamos, arrastando, até o sopé da serra.

Chegamos a Santos e tiramos uma foto na Praia do Gonzaga. Retornamos às 4h da tarde. Na serra, tivemos que descer e empurrar as bicicletas. Escurecia. Chegamos à meia-noite

Dedico esse texto aos amigos daquela aventura de 73 anos atrás, onde quer que eles estejam.

Trabalhadores
Nascem em 30 de junho:

1890 - Alfredo Lengini. Natural de São Marcelo, Itália. Sócio nº 822 do Sindicato dos Químicos do ABC. Mestre da CBC. Residência: Rua Santo Antonio, 511.

1894 - Francisco Ernesto Lissoni. Natural de Descalvado (SP). Sócio nº 804 do Sindicato dos Químicos do ABC. Prensista da Atlantis.

1923 - Antonio Gomes Nogueira. Natural de Guará. Sócio nº 141 do Sindicato dos Químicos do ABC. Auxiliar de laboratório da Rhodia Química.
Fonte: 1º livro geral de registro dos associados do Sindicato dos Químicos do ABC

Crônica do Zizá

Ministro Calogeras
Texto: Eliziário Firmo de Lima
Na esquina das ruas Senador Flaquer e Francisco Amaro, onde se localiza o Banco Safra, morou, segundo consta, o ministro da Guerra, Pandiá Calogeras. Ali também o Sr. Januário Daniel construiu sua casa e nela residiu.

João Pandiá Calogeras (1870 - 1934), engenheiro, político e historiador brasileiro. Ele se tornou o único civil a ocupar o Ministério da Guerra no regime republicano. Foi industrial em Santo André. Aqui implantou a indústria Conac, na Rua Coronel Seabra, depois absorvida pela Pirelli.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Domingo, 29 de maio de 1980

Internacional (Aleksandar Jovanovic) - Andreense exilado obtém mestrado francês com experiência em Angola: Valdir Sarapu, ex-militante da Vanguarda Popular Revolucionária, permaneceu nove anos no exílio.

Especial (Roseli Forganes) - Apae de Santo André, quase 17 anos de expansão e bons serviços; em Mauá, comemoração dos dez anos; uma festa junina em São Caetano.

Musica - Célia e o show Toda Delícia, no Cacilda Becker, em São Bernardo.

Caixa de música (Valdir Pires) - As primeiras gravações digitais. Emi-Odeon distribuía os primeiros discos digitais no Brasil.

Crônica (Guido Fidelis) - Diz a leitora que pinto de sangue o que escrevo, que tinjo de luto o azul.

EM 30 DE JUNHO DE...

1970 - Prefeitura de Diadema anuncia que vai transformar o antigo cinema paroquial em centro cultural.

MUNICÍPIO PAULISTA

Guarujá. Criado em 30 de junho de 1926, quando se separa de Santos; rebaixado a distrito em 1931, recupera a autonomia em 1934.

HOJE

Dia do Caminhoneiro e Dia do Economista.

SANTOS DO DIA
Basilides, Emiliana, Januário Maria Sarnelli, Luciana, Protomártires da Igreja de Roma, Raimundo e Teobaldo.

Na estampa, a comemoração de São Paulo.

Crédito da estampa: acervo Vangelista Bazani (Gili) e João de Deus Martinez.


Falecimentos

VICENTE BARONCELO (Guaxupé, MG, 17-10-1914 - Santo André 3-6-2010)
MARIA HESPANHOL BARONCELO (Guaxupé, MG, 28-2-1916 - Santo André 5-1-2005)

Quando o casal Vicente Baroncelo e Maria Hespanhol Baroncelo, com as duas primeiras filhas, Rosa e Maria Aparecida, chegaram a Santo André, em 1946, as ruas do bairro Paraíso ainda não eram calçadas, nem havia rede de água domiciliar ou energia elétrica nas casas. Por vários anos a iluminação domiciliar era feita por lamparinas. As famílias utilizavam água de poço.

A Avenida Pereira Barreto era ainda conhecida por uma antiga denominação, Estrada da Vila, em referência à Vila de São Bernardo. A rua onde os Baroncelo moravam, a atual Nossa Senhora de Fátima, foi, no tempo do loteamento do bairro Paraíso, Rua Nove e, depois, por muitos anos, Rua Ipojuca.

O pão e o leite de todos os dias eram entregues por uma carrocinha da Padaria Francesa, que vinha da Avenida Dom Pedro II.

O primeiro trabalho do Sr. Vicente em Santo André, pedreiro que era, foi participar da construção do casarão em três pavimentos do Hotel e Restaurante Cavalo Branco, hoje sede da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André). Depois ele conseguiu um emprego na Rhodiaceta, e ali trabalhou por mais de 25 anos, até aposentar-se.

Paralelamente, curtia uma das suas grandes paixões: cultivar orquídeas. Chegou a ter 2.000 plantas e integrou o Clube Orquidófilo de Santo André. Fez muitas viagens para expor, ao lado dos amigos, as suas orquídeas, inclusive na sua cidade natal, Guaxupé. Colecionou troféus e medalhas.

Integrante há mais de 60 anos da Congregação Cristã do Brasil, Vicente Baroncelo frequentava a igreja do bairro Pinheirinho. A árvore símbolo que deu o nome ao bairro acabou sendo cortada, e o Sr. Vicente, amante da natureza, plantou um novo pinheirinho na Praça Pompéia. A árvore cresceu e está lá até hoje.

"Ele tinha muita saúde e disposição, tanto que faleceu de repente", conta a filha caçula, Jandira Baroncelo Yahata, que nasceu em Santo André.

Dona Maria partiu primeiro, aos 89 anos; Sr. Vicente partiu aos 95 anos. Estão sepultados no Cemitério da Saudade, na Vila Assunção. Deixam oito netos e quatro bisnetos.




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