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Produtor quer ampliar uso do biodiesel
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09/11/2009 | 07:04
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A Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel) já iniciou conversas com o governo para avançar no Programa Nacional de Biodiesel. Já foi decidido pelo governo que, a partir de janeiro do ano que vem, será obrigatória a mistura de 5% de biodiesel a todo o diesel vendido no país.

Mas os empresários querem mais. O diretor executivo da Ubrabio, Sérgio Beltrão, afirmou que é possível, até 2015, se atingir uma mistura nacional obrigatória de 10% (B10). "A adoção poderia ser feita gradualmente, mas, para isso, é preciso mudar a legislação", disse Beltrão, lembrando que o atual marco regulatório do biodiesel prevê apenas mistura de até 5%.

Outro pleito que a entidade vem tratando com o governo é de se estabelecer, também até 2015, uma mistura obrigatória de 20% de biodiesel no diesel, mas apenas em grandes centros urbanos. Segundo um dos sócios da Ubrabio, o diretor da empresa Binatural, João Batista Cardoso, a ideia seria tornar os 20% obrigatórios apenas para postos de combustíveis localizados em um raio de até 100 quilômetros de grandes centros metropolitanos, como São Paulo. Cardoso ressaltou que a medida teria grandes benefícios do ponto de vista da saúde pública, uma vez que diminuiria a poluição atmosférica nas grandes cidades.

Caso consigam ser atendidos nos dois pedidos, os fabricantes terão de aumentar sua produção. Mas, para os sócios da Ubrabio, isso não será problema. Segundo Cardoso, hoje o parque instalado de produção de biodiesel tem capacidade para processar 4 bilhões de litros por ano e a previsão é de que chegue a 5 bilhões no final do ano que vem, com a inauguração de oito novas fábricas.

Atualmente, com a mistura de 5% obrigatória a partir de 2010, serão necessários 2,5 bilhões de litros por ano para atender a demanda. Isso significa que a capacidade ociosa é de 2,5 bilhões, suficientes, por exemplo, segundo os empresários, para atender a elevação da mistura nacional para 10%. Para atender os 20% de adição de biodiesel nos grandes centros, seriam necessários mais 2,5 bilhões de litros por ano.

Os empresários, entretanto, se queixaram da falta de competitividade criada pela carga tributária para que o setor possa exportar. Segundo eles, a Argentina, por exemplo, tem uma política de estímulo à exportação de biodiesel que passa pela taxação das exportações do grão puro, o que incentiva o processamento das sementes e sua transformação em óleo para a exportação. Os empresários também rebateram críticas, inclusive feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o uso da soja para a produção do biodiesel gera competição com o uso da soja para alimentos.




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