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Interior puxa volta de empregos em S.Paulo
Por Wilson Marini
do Diário do Grande ABC
22/05/2017 | 07:00
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A indústria paulista criou 8.500 postos de trabalho no mês de abril. A recuperação já havia sido registrada em março, com o saldo positivo de 9.500 vagas. Os dados são da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O setor de açúcar e álcool é responsável pela maioria das contratações, em razão da safra da cana, que movimenta sazonalmente a economia em boa parte do Estado. No acumulado do ano, foram geradas 21 mil vagas, alta de 0,97% sobre o mesmo período do ano passado. A variação em abril se deu mais fortemente no Interior (0,67%), acima do total do Estado (0,39%) e na Região Metropolitana de São Paulo, houve recuo de 0,09%.

Liderança

A corrida pela retomada do emprego no Brasil, aliás, é liderada com folga pelas cidades do Interior do País, segundo comprovam também dados do Ministério do Trabalho. Ao todo, 95,8% dos postos de trabalho gerados em abril, em nove dos maiores Estados brasileiros, vieram do Interior. Em São Paulo, cada emprego criado na Região Metropolitana foi seguido por cinco vagas abertas no Interior, onde foram registrados 24,9 mil novos empregos, número quase cinco vezes maior que os 5.200 postos abertos na Região Metropolitana. Bruno Ottoni, pesquisador da FGV (Fundação Getulio Vargas), afirma que os números mostram que o Interior ganhou dinâmica própria e não fica mais a reboque da economia das capitais. “A economia brasileira tem apresentado redução da importância das capitais no crescimento do País”, diz ele.

Tendência

As indústrias instaladas em São Paulo estão ampliando suas compras externas, tanto de insumos necessários à produção quanto de bens de capital para ampliar sua capacidade, e também exportando mais.

Têxtil

O setor têxtil e de confecção mostrou recuperação no primeiro trimestre no País, com alta na produção, nas vendas e no nível de emprego, que apresentou saldo positivo de 13,4 mil vagas. A produção de tecidos e fios cresceu 6,7% em volume de janeiro a março e a de artigos de vestuário aumentou 8%, segundo a Abit, com base em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As vendas de tecidos, produtos de vestuário e calçados no comércio brasileiro avançaram 4,7% no período. O avanço nos indicadores se deve à queda na inflação, à liberação das contas inativas do FGTS e aos números positivos da safra agrícola.

Autonomia nos municípios

A luta por um modelo federativo com mais autonomia para os municípios não é apenas brasileira, mas global. Diversos países na Europa e América Latina endossam a importância da medida. Essa é a conclusão do livro Municipalismo: Perspectivas de Descentralização na América Latina, apresentado na semana passada na Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Em painel sobre a descentralização de poder na América Latina foram citados alguns dos entraves vivenciados pelos municípios brasileiros, entre eles o acúmulo de atribuições, desproporcional aos recursos recebidos. Um sintoma é a judicialização na Saúde em que o gestor é obrigado a fornecer os medicamentos, onerando as contas municipais.

Transparência

Na quinta-feira, estratégias para aumentar a transparência nos governos municipais e para combater a corrupção nos processos que envolvem as prefeituras foram apresentados na marcha dos prefeitos em Brasília. O debate contou com a participação do ministro da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, Torquato Jardim, e do presidente do TCU (Tribunal de Contas de União), Augusto Nardes.

‘Resistência à tentação’

Jardim falou sobre o papel dos gestores municipais e as cobranças que sofrem diante dos problemas enfrentados pelos cidadãos. “O prefeito tem face, tem cheiro, tem movimento. O município sabe quem é o seu prefeito, o vê diariamente. É a primeira pessoa a ser cobrada”, alertou. O ministro destacou a importância de os gestores estarem atentos à lei. Para ele, o agente público “tem de ter a tranquilidade para agir conforme indica a lei, sem sofrer ameaças ou retaliações” e defendeu a implementação de ouvidoria pelas administrações locais a fim de possibilitar canal de comunicação direto entre sociedade civil e a prefeitura. Jardim afirmou que é necessária a criação de “cultura da resistência à tentação”, voltada também ao servidor público. E destacou que os entes locais devem ter suas corregedorias, destinadas a corrigir desvios, tanto por parte de servidores e empregados públicos quanto de empresas fornecedoras de produtos e serviços. 




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