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Cimeira busca de uma integraçao econômica maior
Por Do Diário do Grande ABC
21/06/1999 | 10:44
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Quarenta e seis chefes de Estado e de Governo da América Latina, Caribe e Uniao Européia (UE) se reunirao nos próximos dias 28 e 29 de junho, no Rio de Janeiro, com o objetivo de aproximar suas regioes e criar condiçoes para uma integraçao econômica maior.

A Cimeira, iniciativa da França e Espanha, é a primeira de seu tipo e nao se limitará a conversaçoes comerciais, como também ``marcará o reencontro da América Latina e da Europa', segundo o ministro brasileiro das Relaçoes Exteriores, Luiz Felipe Lampreia.

Para o chanceler, atualmente a principal preocupaçao é que a Europa se afaste da América Latina à meda em que se concentra em sua própria integraçao.

``No entanto, a Europa e suas empresas nao podem se dar ao luxo de nao ter uma presença maior na América Latina, que representa 25% da humanidade e esta cúpula marcará nosso encontro em vários aspectos', como a economia, a educaçao, a cultura e a ciência, explicou.

No entanto, a criaçao de uma zona de livre comércio entre o Mercosul e a UE será o principal tema desse encontro.

Na XIII Cúpula do Rio, celebrada no México no final de maio, os presidentes ou representantes de 14 países latino-americanos criticaram de forma unânime o protecionismo da UE em termos agrícolas.

``Queremos melhores condiçoes de acesso aos mercados europeus', declarou o presidente uruguaio Julio Sanguinetti, acrescentando que a América Latina desejava uma negociaçao ``integral' sobre a liberalizaçao do comércio mundial com as políticas agrícolas como ponto central.

No Rio, os europeus têm de apresentar uma ``proposta aceitável', afirmou o presidente argentino Carlos Menem.

O presidente Fernando Henrique Cardoso enfatizou, por sua parte, em uma entrevista recente, ``o desejo e a capacidade do Mercosul em negociar sem restriçoes com a UE as questoes agrícolas' e considerou que as ``atitudes protecionistas estao totalmente defasadas'.

``O discurso da globalizaçao é cada vez mais falso e hipócrita. Os países ricos nao se globalizam porque nao abrem seus mercados, principalmente agrícola', lamentou-se o diplomata brasileiro Jorio Dauster durante um seminário organizado no Rio pelo ministério das Relaçoes Exteriores.

Na Europa, os ministros das Relaçoes Exteriores da UE tentam obter antes do início da Cimeira um consenso interno para fixar os objetivos e o calendário de negociaçoes comerciais com o Mercosul.

``Uma negociaçao poderá nos custar caro', estimou uma fonte diplomata de Bruxelas na sexta-feira passado.

Segundo Renauld Vignal, diretor para as Américas da Chanceleria francesa, ``os 15 da UE ainda nao solucionaram problema de saber gestionar uma negociaçao regional dentro de uma negociaçao mundial' e é por isso que a França nao deu ainda o mandato para negociar à Alemana, que atualmente preside a UE.

'`Nao podemos começar a casa pelo telhado. Essas negociaçoes UE/Mercosul vao se realizar paralelo às da Organizaçao Mundial do Comércio (OMC), que terao início em Seattle (EUA), em novembro próximo', acrescentou em uma entrevista.

``Nao se pode isolar a negociaçao UE/Mercosul e nao levar em conta o que acontece no âmbito nacional', continuou Vignal, observando ``que os países europeus conseguirao chegar a um acordo e anunciarao o início das negociaçoes com Mercosul durante a cúpula do Rio'.




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