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Participação nacional em plataformas continua baixa
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12/07/2010 | 07:08
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Oito anos depois de o então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva ter reclamado em campanha das compras de plataformas de petróleo no Exterior, a qualidade das encomendas à indústria naval nacional permanece praticamente a mesma.

Embora tenha havido aumento do volume de contratos locais, com a reabertura de estaleiros, o percentual de conteúdo nacional em cada plataforma não avançou.

O Brasil continua apenas fornecendo produtos básicos e atuando na montagem das plataformas, deixando para fornecedores estrangeiros os equipamentos de maior complexidade tecnológica. "As encomendas cresceram em valor absoluto e não em valor relativo", diz o diretor executivo dos segmentos de petróleo e gás da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Alberto Machado.

Segundo especialistas, apesar de a Petrobras divulgar que o conteúdo nacional das suas plataformas chega a 60% ou até a 70%, são excluídos deste cálculo os módulos de compressão de gás, geração de energia e até mesmo a conversão ou construção do casco das plataformas, que são feitos fora do Brasil. Somente estas encomendas, segundo técnicos do setor, representam em torno de 30% do investimento em uma unidade.

Se consideradas todas as etapas da construção, o conteúdo nacional cairia para algo em torno de 40%. "Na prática temos a linha de montagem aqui no Brasil. É muito pouco e é preciso avançar muito mais", diz o diretor de tecnologia da Coppe/UFRJ, Segen Estefen, um dos líderes da campanha em 2002 para que as plataformas da Petrobras fossem feitas no Brasil. Na época, a polêmica sobre as plataformas dividiu o setor entre os que acreditavam ser possível a construção de uma unidade aqui com conteúdo de até 80%, e os que defendiam ser melhor afretar plataformas no Exterior, por ser mais viável economicamente.




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