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MST impede saída de gado de fazenda; entidades denunciam polícia
Do Diário do Grande ABC
13/06/1999 | 16:53
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É muito tenso o clima na Fazenda Cabaceiras, em Marabá, invadida e ocupada desde o último dia 10 por cerca de 800 famílias de trabalhadores rurais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Hoje, dois empregados da fazenda foram impedidos pelos sem-terra de retirar do pasto 150 cabeças do gado de elite. O gado seria levado a uma exposiçao agropecuária em Marabá.

Agentes da Polícia Civil que estavam no local para dar proteçao aos empregados também foram proibidos de entrar na área. O MST informou que vai começar um "jogo de dominó", fazendo todo tipo de pressao, para conseguir a libertaçao de 19 integrantes do movimento presos no dia da ocupaçao e que hoje se encontram na penitenciária Mariano Antunes, em Marabá, por "medida de segurança", segundo a Polícia Civil.

Os proprietários da fazenda já acionaram a Secretaria de Defesa Social, pedindo que a área seja desocupada imediatamente. O chefe da Polícia Civil do Pará, delegado Joao Moraes, está desde hoje em Marabá para acompanhar de perto o inquérito aberto contra os 19 lavradores do MST. "Onde houver esbulho possessório (invasao), iremos indiciar todos os envolvidos e aqueles que estiverem estimulando esse tipo de atividade ilícita", afirmou ele.

Em manifesto divulgado hoje, entidades como Federaçao dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), MST, Comissao Pastoral da Terra (CPT), Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH) e Centro de Estudos, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp) pediram a libertaçao imediata dos 19 trabalhadores presos, fim dos "flagrantes forjados e decretos de prisoes ilegais", prisao imediata de todos os assassinos e mandantes de crimes contra os trabalhadores", além de uma "reuniao urgente" em Marabá com o secretário de Defesa Social, Paulo Sette Câmara, para "discutir a violência autorizada contra os trabalhadores rurais".

As entidades acusam os policiais de terem "forjado a versao de que os trabalhadores tinham feito os empregados da fazenda de reféns e os mantido em cárcere privado". Os sem-terra presos na penitenciária denunciam que estao misturados com homicidas, estupradores, traficantes de drogas e ladroes de banco.




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