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Legislativo rejeita plano de redução de cadeiras

Vereadores de São Bernardo rechaçam proposta de Pery de cortar para 21 número de parlamentares

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
04/11/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


A Câmara de São Bernardo rejeitou ontem dar aval à proposta do oposicionista Pery Cartola (SD) em reduzir o número de cadeiras, de 28 a 21, a partir da próxima legislatura, que se inicia em janeiro de 2017.

A negativa foi endossada até pela bancada de oposição, da qual Pery é integrante – antes, governistas já haviam manifestado críticas à ideia.

Um dos líderes da ala, Julinho Fuzari (PPS) atacou o projeto de Pery. “São Bernardo está respaldada pela Constituição e poderia até ter número maior de vereadores. Acredito que precisamos elaborar planos para gerenciar gastos e a Câmara tem pautado decisões neste sentindo, tendo, inclusive, devolvido dinheiro do Orçamento ao Legislativo nos últimos anos. Vejo essa medida como oportunista, surgindo como falso moralismo. Houve casos de vereadores que, quando estavam suplentes em 2008 (capacidade máxima no Parlamento era para 21), viajaram a Brasília pedindo o aumento de vagas para conseguir sua cadeira”, relembrou, sem citar nomes.

Para Marcelo Lima (PPS), a tese do colega de bancada representa retrocesso. “O Parlamento precisa estar fortalecido, pois sua competência é fiscalizar. Prova disso é o Congresso, que muito conseguiu elucidar os casos de corrupção do governo federal. Aqui no município conseguimos trazer à tona problemas como o plano de redistribuição de merenda, superfaturamento de uniformes. Sou favorável à criação de planos de contenção de custos. Porém, lutamos por um Estado democrático e reduzir sua participação é derrota”, considerou.

Mesmo alvejado até por aliados, Pery salientou a importância da matéria. “Os vereadores podem se ajustar (à redução das cadeiras). É um caminho. Uma proposta assim sinaliza, principalmente ao Executivo, o respeito com o dinheiro público”, defendeu.

A propositura foi protocolada por ele na semana passada e seu teor defende redução nos gastos públicos. O corte, segundo o vereador, chegaria a R$ 27,6 milhões durante os quatro anos de legislatura. No balanço apresentado no texto original, Pery atribuiu custos do salário parlamentar mensal (R$ 16 mil), vencimentos dos assessores por gabinete (estimativa de R$ 60 mil no total), além de despesas como correio, energia, combustível, aluguel de carro oficial e material de escritório, cuja despesa foi estimada em R$ 6.400 por mês. Não há previsão para que o texto seja colocado em discussão.<EM>

Presidente do Legislativo, José Luís Ferrarezi (PT) afirmou que irá “procurar o oposicionista para o diálogo”. Ele também sustentou que não vê necessidade no plano.

“Desde que tomei posse da presidência, jamais recebi qualquer aviso ou indicação para se cortar gastos. Estamos trabalhando com responsabilidade e adotando medidas de controle financeiro. Seguindo o que é proposto pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Até o momento, só o Pery manifestou vontade pela diminuição”, disse. 




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