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Rodoanel deve ter pedágio a R$ 2,20
Por Daniel Macário
Especial para o Diário
27/06/2015 | 07:00
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Após um ano da entrega da primeira parte do Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas, que conecta a interligação do setor Sul do anel viário, em Mauá, com a Rodovia Ayrton Senna (SP-070), em Itaquaquecetuba, foram inaugurados ontem pela manhã, com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), os 5,5 quilômetros da segunda etapa do segmento. O tramo contará com pedágio a partir do próximo mês. “Essa tarifa será, no mínimo, de R$ 2,20, mas quem define o valor final da cobrança é a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo). A partir de julho, inclusive, a parte Sul também terá o valor reajustado, provavelmente para R$ 2,90”, destaca o diretor executivo da concessionária SPMar, Marcos Abreu Fonseca.

O trevo foi concluído com 474 dias de atrasos, o que poderá gerar multa de aproximadamente R$ 63 milhões para a concessionária, conforme números atualizados fornecidos ontem pela Artesp (leia mais abaixo).

Aberto ao fluxo de veículos desde a meia-noite de ontem, o viário fará a ligação da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em Arujá, com a Ayrton Senna. Com fluxo atual de cerca de 20 mil veículos diários, o Trecho Leste completo deve agora mais que dobrar seu movimento, atingindo total de 48 mil veículos diários.

“Estamos entregando uma grande obra, projeto importante para São Paulo e para o Brasil, integrando o maior aeroporto, em Guarulhos, com o maior porto, que fica em Santos. O Rodoanel Leste, que conecta diversas vias, como a Avenida Papa João XXIII, em Mauá, à Jacu-Pêssego, Dutra e Ayrton Senna, já trouxe 115 empresas para a região e agora visamos acelerar o tramo Norte. Com seis frentes de trabalho, ele deve ser entregue em 2017”, disse Alckmin.

No horário de pico, o percurso do Grande ABC até Guarulhos pelo Complexo Jacu-Pêssego levava entre uma hora e meia e duas horas devido às mais de 30 interferências ao longo do trajeto, principalmente cruzamentos e semáforos. A partir de agora, pelo Rodoanel Leste, esse tempo deverá durar de 25 a 30 minutos, com apenas quatro entradas e quatro saídas em cada sentido.

CONQUISTAS

Também presentes na cerimônia, autoridades da região ressaltaram os impactos positivos do Trecho Leste para o Grande ABC. “É incontestável a importância desse projeto para a região. É um caminho muito melhor para o Aeroporto Internacional de Guarulhos. E, para a Região Metropolitana, foi fantástico, pois tira todo o fluxo de veículos que vem do Rio de Janeiro e que vai ao Porto de Santos, ou sentido contrário, das vias. Agora não haverá mais necessidade de passar por dentro da Capital”, relata o deputado estadual Orlando Morando (PSDB).

A deputada estadual Vanessa Damo (PMDB) ressaltou os benefícios para as cidades de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. “O Trecho Leste vai diminuir o tempo do transporte de mercadorias, desenvolvendo bastante as regiões do Grande ABC e Alto do Tietê. A cidade mais privilegiada será Ribeirão Pires, especificamente o bairro Quarta Divisão, que foi uma conquista recente nossa”, afirma, a respeito de alça de acesso que será construída no local.

Com investimento total de R$ 4,5 bilhões, a obra, realizada pela SPMar sob fiscalização e gerenciamento da Artesp, contribuirá para a redução de congestionamentos e queda de níveis de poluição na Capital.

Ao todo, estão instaladas ao longo do Trecho Leste 32 câmeras de videomonitoramento, 79 telefones de emergência, seis painéis de informações viárias e três sensores de tráfego.

Concessionária entrará com recurso contra multa

Segundo o diretor-geral da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), Giovanni Pengue Filho, em decorrência dos sucessivos adiamentos da entrega do Trecho Leste, nos próximos dias notificação será enviada para a concessionária SPMar, que poderá arcar com valor milionário por conta do atraso.

“Com a entrega da obra, agora é possível dar andamento no processo. A aplicação da multa não é imediata. Dentro da lei, a SPMar pode recorrer pela defesa prévia, na qual verifica a melhor forma para se defender. Depois, vamos avaliar e ela faz as alegações finais. Por último, tomamos a decisão”, relata Pengue Filho, que pontua que os prazos legais para cada etapa são de15 dias.

Conforme o diretor executivo da SPMar, Marcos Abreu Fonseca, a empresa irá justificar o atraso. “Houve necessidade de reprogramar as obras. Vamos elaborar documento com as razões e aguardar o processo administrativo.”
 




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