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Evento debate a dramaturgia em SP
Por Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
11/11/2001 | 18:11
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  Na contramão do mercado cultural, o Teatro Ágora, em São Paulo, vive lotado às segundas-feiras. Formalizado como uma ONG e dirigido por Celso Frateschi e Roberto Lage, o Ágora CDT – Centro de Desenvolvimento Teatral abriga desde 3 de setembro o seminário Ágora Livre – Dramaturgias.

Toda segunda-feira, até o dia 26, haverá a encenação de um texto curto, inédito, escrito especialmente para o seminário. Nesta semana é a vez de Novas Diretrizes em Tempo de Paz, de Bosco Brasil, com Ariela Goldman dirigindo Jairo Mattos e Dan Philip Stulbach. Ricos e bem-humorados debates sobre a obra do autor, mediados por um crítico, diretor ou dramaturgo, seguem-se às apresentações. Gianni Ratto coordena o debate desta segunda.

Graças aos 12 autores de peso convidados por Frateschi e Lage – entre eles estão Alcides Nogueira, Fauzi Arap, Hugo Possolo, Luís Alberto de Abreu e Mário Bortolotto – e à proposta do evento, há um holofote aceso nos meios teatrais. Vários atores e muitos estudantes de teatro assistem às apresentações e participam dos debates. “É uma oportunidade para refletir sobre questões estéticas”, afirma Frateschi, ex-secretário de Cultura de Santo André e atual diretor do Departamento de Teatros de São Paulo.

Frateschi detecta uma necessidade de abordar a dramaturgia brasileira neste momento histórico. “O teatro precisa falar a nossa língua”, diz. Para o ator e diretor, “por mais que se beba na dramaturgia universal clássica e contemporânea, estimular a criação nacional significa fortalecer o teatro”.

O seminário quer provar que a dramaturgia brasileira não só existe como é interessante. O principal critério que norteou o convite aos autores é a variedade de estilos, a forma de abordar a realidade brasileira. “Há os dramaturgos de postura política mais radical, os chamados malditos e os de linguagem mais sofisticada”, afirma Frateschi.

O Ágora Livre – Dramaturgias é conseqüência do seminário Odisséia do Teatro Brasileiro, que Frateschi e Lage pilotaram no ano passado e reuniu gente como Antunes Filho, Augusto Boal, José Celso Martinez Corrêa e Sábato Magaldi. Por sinal, o livro que contém as conferências, organizado por Silvana Garcia, deve ser publicado no início do próximo ano pela Editora Senac.

O Ágora pretende realizar outro seminário em 2002. O tema: encenação. No ano passado, o evento tratou sobre atores e grupos. Ainda existe a possibilidade de montar textos dos autores que participaram do Ágora Livre – Dramaturgias em temporadas regulares.




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