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Bispo de igreja de Santo André é acusada de charlatanismo
Do Diário do Grande ABC
27/06/2006 | 07:56
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A dona-de-casa Suzi Vieira da Silva, 44 anos, acusa o bispo Carlos Miranda, da Igreja Internacional da Promessa, de charlatanismo. Ela afirma que no último dia 15 procurou o templo, no Centro de Santo André, para uma consulta espiritual e que não teria sido cumprida a promessa de que no aconselhamento seriam usados “cristais videntes”.

Suzi diz que foi à igreja indicada por um amigo – que já teria passado por tal consulta – para pedir auxílio espiritual para a mãe, de 73 anos, portadora de Alzheimer (doença degenerativa ligada à perda do tecido cerebral), e ia aproveitar para pedir ajuda também ao restante da família. “Quando cheguei, a atendente pediu uma doação de R$ 20 para uma emissora de rádio comunitária (conhecida como Terra). Dei o dinheiro. Em seguida me levaram para uma sala e conversei com dois homens, um moreno e um branco. Eles pediram um monte de informações. Só que ao perguntar pelo bispo e pela consulta com os cristais, disseram que o Miranda não estava e que os cristais tinham sido levados para um outro templo.”

A dona-de-casa conta que durante a consulta, a dupla apresentou a ela uma vela de cerca de 1 metro de altura, pediu que fizesse uma novena e que continuasse a freqüentar a igreja, ao menos uma vez por semana. “Achei estranho porque nunca ouvi falar que igrejas oferecem auxílio espiritual utilizando cristais. Fiquei desconfiada e falei para o meu irmão ir lá e tentar a tal consulta com o bispo. Ele foi e também pediram a doação. Meu irmão não pagou. Quando começou a fazer perguntas, ficaram desconfiados e não o atenderam.”

A reportagem do Diário esteve na igreja ontem e, antes de se identificar, o repórter disse que queria marcar uma consulta. A atendente informou que o bispo estava prestes a retornar do horário de almoço e disse que para passar pela consulta a igreja pede uma doação à Rádio Terra. Ao ser perguntada se os cristais poderiam ser utilizados na consulta, a funcionária respondeu: “Pode ser”.

Após a resposta, o repórter se identificou. Um rapaz que acompanhava a conversa saiu da sala. Em seguida apareceu o bispo Carlos Miranda. Informado da queixa, o bispo retrucou: “Ela (Suzi) fala o que quer. Ninguém aqui usa cristais. Não sou macumbeiro. Quem não tem como doar R$ 20, para mim é mendigo. Mas se não tiver como pagar, recebe orientação do mesmo jeito”. Irritado, Miranda pediu para a reportagem se retirar e ameaçou: “Dependendo do que sair uso os meios jurídicos para processar você e o jornal.”



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