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Carla Regina faz sucesso como 'Rainha Formiga'
Mariana Trigo
Da TV Press
08/08/2008 | 07:01
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Divulgação


A primeira reação de Carla Regina foi de susto. Afinal, ela estava sendo chamada para viver a Rainha Formiga em Os Mutantes - Caminhos do Coração. Ainda mais porque o tipo brejeiro, com longas madeixas e sorriso rasgado na pele morena, sempre foram destacados em personagens sensuais na TV. Como a sofrida Carolina de Cidadão Brasileiro, também na Record.

O que Carla mais temia quando foi convidada pelo autor Tiago Santiago foi da Rainha Formiga ter uma caracterização tatibitate de teatro infantil, como roupa de formiga. "Pensei que fosse usar enchimentos, roupas teatrais. Quando vi que era uma heroína poderosa e sensual, comecei a relaxar", confessa a atriz, que foi chamada para uma participação de poucos capítulos na trama, mas já não tem previsão de quando vai sair do ar.

Para começar a se familiarizar com a idéia de viver uma formiga, Carla preferiu se basear na característica de rainha da personagem. Com isso, pesquisou sobre guerreiras e heroínas de histórias em quadrinhos até passar por toda a caracterização da personagem. Após três horas de pinturas no corpo, apliques nos cabelos, lentes vermelhas e uma capa enorme e pesada, a atriz começa as gravações sempre em locações como uma gruta num parque no Centro do Rio, em tubulações de esgoto ou um buraco de metrô.

Todas as suas tomadas são sempre noturnas e vão das 18h até às 3h. "Troquei a noite pelo dia e minha postura mudou com essa rainha poderosíssima. Tudo tem sido muito cansativo. Mas vale a pena habitar o imaginário das crianças que gostam de historinhas de heróis", minimiza a atriz.

Mas antes de aceitar se transformar em mutante, Carla quase saiu da Record. Seu contrato de quatro anos com a emissora havia chegado ao fim e ambos não acertavam um acordo financeiro. Até que ela foi chamada pelo autor Carlos Lombardi para uma participação em Guerra e Paz.

Em seguida, atuou no seriado Casos e Acasos, ambos na Globo. Foi o suficiente para a direção da Record vê-la no ar e chamá-la para mais uma conversa, onde Carla finalmente conseguiu o acordo financeiro que pretendia e fechou contrato por mais três anos. "Quis ousar e arriscar na Globo. Preferi não ficar esperando. Mas voltei porque a Record sempre me escancarou os braços, sempre valorizou muito meu trabalho", orgulha-se

Carla conseguiu papéis de destaque em algumas emissoras além da Record. Protagonizou novelas na extinta Manchete, com a destemida Juliana em Mandacaru, em 1997, e viveu personagens de destaque no SBT, como a Marina e Renata, mãe e filha em Seus Olhos, em 2004. Mas a paulista de 32 anos nunca obteve papéis importantes na Globo.

"Já questionei muito isso, mas relaxei. Hoje aceito um trabalho pelo personagem, as pessoas que vou trabalhar e minha estabilidade financeira. Não tenho mais esse sonho de glamour televisivo. No início da carreira quis ser a estrela. Hoje não", garante.

Carla resgata algumas lembranças do início de sua trajetória na extinta Manchete, onde foi lançada pelo falecido diretor Walter Avancini, em Tocaia Grande, em 1995. Treze anos depois, a atriz tem sido dirigida pelo filho de Walter, Alexandre Avancini, que assina a direção de Os Mutantes. "O pai do Avancini foi meu mestre. Acreditou no meu trabalho e me ensinou quase tudo na TV. Agora, com o Alexandre, parece que estou fazendo cinema. Gravo poucas cenas por dia porque todas são muito trabalhadas, cheias de efeitos."

TESTEMUNHA - Carla Regina foi uma das atrizes que viveram o auge e o fracasso da extinta Manchete. Após estrear na emissora em Tocaia Grande, trama que foi um dos maiores investimentos da emissora, com R$ 8 milhões em verbas para cenários, figurinos e a construção de uma cidade cenográfica em Maricá, na Região dos Lagos, Carla participou de outros sucessos da Manchete.

Também viveu a sofrida Maria das Dores em Xica da Silva, trama que ficou em terceiro lugar na audiência em 1996. Um ano depois, ainda sob a direção de Walter Avancini, interpretou a cangaceira Juliana, protagonista de Mandacaru, novela que declinou na audiência. "Fui uma das poucas a protagonizar fora da Globo. Aquilo foi fundamental para a minha carreira", acredita.

Mas o sucesso da emissora começou a ser corroído e a atriz amargou o maior fracasso da Manchete. Foi na novela Brida, que deixou de ser produzida quando ainda estava pela metade. "Cheguei a participar de várias reuniões quando a Manchete estava quebrando. Tinha uma forte ligação afetiva com aquilo tudo. Foi sofrido, mas enriquecedor."




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