Automóveis Titulo Trânsito
Muita calma nessa hora
Por Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
22/09/2010 | 07:12
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A cena é clássica. Preso em um enorme congestionamento nas ruas de Los Angeles (Estados Unidos), William Foster, interpretado pelo ator Michael Douglas, perde completamente o controle. Abandona o veículo que conduz onde está - em meio a xingamentos e buzinas - e parte em busca de fazer justiça com as próprias mãos contra os problemas da sociedade.

Um Dia de Fúria (Falling Down) foi filmado em 1993, mas essa cena retrata mais ou menos o que acontece hoje nas ruas e avenidas de São Paulo e dos grandes centros urbanos do País, como o Grande ABC. Motoristas descontrolados, mal educados e egoístas transformam um mar de carros, caminhões, ônibus, motos e pedestres em uma fonte rica de estresse.

"É fato: quantidade de estressados no trânsito aumenta na mesma proporção que crescem os congestionamentos. As pessoas aguentam sem problemas um congestionamento, não toleram muitos, todos os dias",explica a especialista em psicologia do tráfego, Cecília Bellina.

Segundo ela, muitas pessoas implodem diante do trânsito, assumem posição pacífica diante de tudo, outros - e esses são considerados mais perigosos - explodem, tornando-se violentos e agressivos. "E tais comportamentos podem acarretar em distúrbios, como ansiedade e transtornos de sono, humor e alimentação."

Especialista em medicina de tráfego, Milton Chagas exalta o fato de estes distúrbios serem prejudiciais. "Aquele que enfrenta quadro de depressão, por exemplo, perde as reações imediatas muito importantes para evitar acidentes. Já aqueles que ficam estressados acabam por querer arrumar briga, transformando o trânsito em um verdadeiro palco de guerra", diz o presidente de Associação Paulista de Medicina de Tráfego.

De acordo Cecília, uma das causas da falta de equilíbrio dos motoristas está na falta de educação dos mesmos no trânsito. "No carro, o brasileiro torna-se egoísta e se irrita facilmente com aqueles que tentam bancar o espertinho, realizando ultrapassagens pelo acostamento, buzinando excessivamente, não deixando o motorista ao lado entrar na fila em que está, entre outras coisas. A maioria é mal educada", analisa.

CUIDADOS
Quem não tem dinheiro para comprar um helicóptero, tem poucas chances de escapar dos congestionamentos. No entanto, todos podem amenizar os efeitos do estresse por eles causado. "Escute uma música que goste, abra a janela do carro para respirar ar fresco e tenha consciência que o único que tem a perder com tanta irritação é o próprio motorista", aconselha a especialista.

Chagas indica a socialização. "Procure sempre estar em contato com as pessoas. Pare para conversar com os vizinhos, por exemplo, e sempre arrume tempo para descansar e dormir bem."

Evite ser o Williams Foster brasileiro. Cuide-se para o trânsito ficar mais saudável.


Para encarar o trânsito pesado também é preciso preparo físico
Deixar o Grande ABC rumo ao trabalho em São Paulo e dirigir por mais de três horas em um trajeto de cerca de 30 quilômetros é algo que muitos fazem de segunda a sexta-feira. Tanto tempo assim sentado, amarrado pelo cinto de segurança, acelerando, brecado, pisando na embreagem e trocando de marcha pode ser muito prejudicial à saúde caso não o motorista não esteja com a preparação física em dia.

"A posição de 90º pernas/tronco é inadequada por longos períodos, provocando lesões nas articulações, artroses, tendinites e miosites (lesões musculares). Ombros, cotovelos e pescoço também sofrem bastante", explica Milton Chagas, especialista em medicina de tráfego. "Isso é causado por postura incorreta, repetição de movimentos e até mesmo balanço do veículo", pontua o presidente da Associação Paulista de Medicina do Tráfego.

Por isso é necessário estar com o condicionamento físico em dia. "É primordial a prática de exercícios. Caminhadas e alongamentos são indicados e ajudam muito a amenizar as dores", explica. "Às vezes, uma mera espreguiçada já ajuda articulações e músculos, que muitas vezes atrofiam, assim como existe perda natural de massa óssea, de acordo com o avanço da idade", detalha o especialista.




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