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Afogamento é segunda
causa de morte nas férias

Levantamento é relativo aos óbitos causados por acidentes
que envolvem crianças e adolescentes até 14 anos de idade

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
01/01/2013 | 07:00
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Tão importante quanto planejar as férias de fim de ano é proteger a família de eventuais acidentes domésticos que podem ser fatais. Entre as principais vítimas estão crianças e adolescentes. Longe dos olhares dos pais, na piscina, em represas ou no mar, crianças não mensuram o perigo a que são expostas.

Levantamento do Ministério da Saúde referente ao ano de 2010, dado mais recente, aponta que os afogamentos são a segunda causa de mortes envolvendo crianças de 0 a 14 anos. São 1.184 ocorrências do tipo por ano. Ao todo, cerca de 4.700 crianças nesta faixa etária morrem por ano no Brasil vítimas de acidentes. Em primeiro, com 40%, estão os óbitos provocados no trânsito.

O dado funciona como alerta aos pais, que muitas vezes se tornam co-responsáveis por acidentes que podem abreviar a vida dos filhos. No caso dos pré-adolescentes, o risco é ainda maior. "Muitos pais se acomodam por saber que o filho sabe nadar, o que gera falsa sensação de confiança. Já os filhos buscam autonomia e se arriscam mais. Perder instantes de supervisão pode significar o descontrole da situação", explica o coordenador de desenvolvimento institucional da ONG Criança Segura, Adriano de Oliveira. Há dez anos a instituição, situada na Capital, promove ações de conscientização que visam a prevenção de acidentes entre crianças e jovens.

A mesma orientação vale para cuidados dentro de casa. Em baldes e bacias, por exemplo, bastam dois dedos de água para provocar morte por afogamento em crianças até de 3 anos. "A cabeça corresponde a 25% do peso do corpo. No momento em que o bebê se debruça, a probabilidade de voltar é mínima."

Traumatismo craniano e formação de coágulos no cérebro estão entre as consequências. Pelo menos cinco minutos sem respirar é o suficiente para causar danos permanentes no cérebro. Cerca de 25 crianças até 1 ano morrem anualmente no Brasil nessas circunstâncias.

As formas de prevenir são fáceis, mas nem sempre levadas à risca. Hoje, 90% dos incidentes são evitados com medidas de seguranças. Pais devem redobrar atenção em ambientes aglomerados, não dispensar uso de equipamentos como boias e coletes, e jamais permitir que filhos brinquem em locais isolados ou distantes sem supervisão.

Projeto de lei prevê monitoramento em balneários

Desde 2005 está em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei 6.148 que torna obrigatória a presença de salva-vidas em todos os estabelecimentos que explorem balneários ou outros locais aquáticos abertos ao uso do público.

O texto explica que as chances de risco de afogamento são reduzidas com a presença de equipes especializadas em salvamentos e situadas onde há maior ocorrência de acidentes, como em represas e prainhas.

Além das mortes por afogamento em lugares públicos, tem tido repercussão, no último semestre, as mortes banais que ocorrem em creches em todo País por desatenção de funcionários e professores.

No dia 11, Rafael Azevedo Gonzaga de Matos Guilhamati, de apenas 5 meses, foi enterrado no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo, após engasgar com leite em creche na região central da Capital.

No fim do mês passado, um garoto de 3 anos morreu afogado durante aula de natação numa escola tradicional do bairro Moema, na Capital.




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