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Construção cria 1,6 mil vagas no ano
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
18/11/2004 | 10:25
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O nível de emprego da construção civil no Grande ABC cresceu 9,36% entre os meses de janeiro e setembro de 2004, superando o índice registrado no Estado de São Paulo no mesmo período, que aponta alta de 5,84%. Os dados fazem parte de levantamento do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo), com base em dados do Ministério do Trabalho sobre a criação de postos formais de trabalho.

Em setembro, o emprego no Grande ABC apresentou variação negativa de 0,09% com relação a agosto, enquanto o Estado de São Paulo teve variação positiva de 0,19%. No Brasil, o emprego na construção civil teve crescimento de 0,9% em setembro com relação ao mês anterior.

Entre janeiro e setembro de 2004, o Grande ABC gerou 1.657 postos de trabalho formais na construção civil - 10% mais do que no mesmo período do ano passado -, chegando a 18.124 em setembro, pelo levantamento do Sinduscon-SP. Esse montante representa 4,95% de toda a força de trabalho do setor no Estado de São Paulo, que gerou 15.433 vagas no ano e possui atualmente 366.011 trabalhadores formais.

Para o vice-presidente do Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, o crescimento do nível de emprego na construção registrado na região é reflexo do crescimento da indústria neste ano e do ainda considerável nível de renda dos moradores do Grande ABC, apesar do crescimento do desemprego nos últimos dez anos.

"O Grande ABC reúne moradores com bom nível de renda e poder público que possui recursos significativos, especialmente por conta dos tributos. A indústria instalada na região também está crescendo. Esses fatores influenciam a construção civil e o nível de emprego do setor como um todo", afirmou.

Pela divisão regional da pesquisa do Sinduscon-SP, no entanto, o Grande ABC é apenas a quarta região com maior expansão de emprego em 2004. Encabeça a lista a região centro-oeste (que compreende Bauru e cidades próximas), com 14,63% de crescimento, seguida da sudeste (São José dos Campos e região), com 14%, e da sudoeste (Sorocaba e região), com 12,14%.

Zaidan acredita que a evolução do nível de emprego na construção civil não pode ser analisada "a curto prazo", já que os empreendimentos surgem em função de toda a atividade econômica.

"Temos de olhar a questão do emprego a longo prazo. As obras não começam diariamente, levam um tempo para serem iniciadas. Registramos desemprego quando os empreendimentos acabam e não há outros que absorvam a mão-de-obra desses projetos", afirmou.

Demora - Apesar do crescimento do número de postos de trabalho, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Bernardo e Diadema, Waldemar Pires de Oliveira, acredita que o setor ainda não respondeu ao crescimento registrado em outras áreas da indústria nacional.

"O Brasil está vivendo grande crescimento econômico, mas ainda é setorizado, especialmente na indústria de exportação. A construção civil não respondeu da mesma maneira. O setor não está em queda, mas também não apresenta grande crescimento", afirmou.

Zaidan, do Sinduscon, também acredita nessa "demora". "Existe atraso no desenvolvimento da construção civil em relação ao resto da economia porque a construção se alimenta naturalmente do investimento que todos os outros setores fazem", afirmou.




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